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sábado, 16 de abril de 2011

Pela solidariedade urgente com a greve geral na Bolívia!

Acontecimentos de extrema importância estão a ocorrer neste momento na Bolívia. A federação de sindicatos “Central Obrera Boliviana” organiza uma greve geral por tempo indeterminado desde o dia 7 de Abril. Os principais grevistas são mineiros, professores, trabalhadores da saúde e da assistência médica e social. As reivindicações dos grevistas são: aumento salarial geral de 15% para todos os trabalhadores dos sectores privado e público, a abolição das previstas reformas neoliberais da segurança social e da saúde, a preservação da autonomia universitária, etc.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Com o nosso sangue acumulam fortunas!

À memória de Carlos dos Santos - trabalhador morto na construção de um El Corte Inglés em Jaén - Espanha

Os companheiros do Sindicato de Ofícios Vários da CNT de Jaén (Espanha), realizaram hoje uma homenagem ao trabalhador português Carlos dos Santos, de 52 anos, que com outros portugueses trabalhava nas obras de construção do El Corte Inglés na cidade de Jaén e morreu na sequência de uma queda de dez metros de altura, depois de terem cedido os pilares que suportavam a plataforma onde se encontrava. Após vários dias no hospital, não resisitiu aos traumatismos e faleceu a 21 de Março de 2007.

domingo, 20 de março de 2011

Relato da Assembleia Popular do Porto realizada no dia 19/3

[texto retirado daqui]

Realizou-se ontem uma Assembleia Popular na Praça D.João I por iniciativa de vários colectivos da cidade do Porto que se identificam com os valores da liberdade, solidariedade, cooperação e emancipação social, que contou com a presença de meia centena de pessoas.
Depois de um momento inicial para explicar a génese e os objectivos da Assembleia, deu-se a palavra a todos os interessados - e foram muitos – que pretendessem apresentar os seus problemas ou fazer uma rápida abordagem de assuntos que considerassem relevantes para serem ali discutidos.

terça-feira, 15 de março de 2011

ASSEMBLEIA POPULAR - SÁBADO, 19 de Março - Pr. D. João I, Porto – 14h

O que é e para que serve?
É uma reunião pública e popular, geralmente num local aberto, onde as pessoas que o desejarem são convidadas a exprimir livremente e de forma organizada, as suas opiniões e ideias sobre uma situação ou questão de interesse geral ou a tomarem resoluções em comum, votando por maioria. Ao contrário de um parlamento ou assembleia estatal, aqui as pessoas participam directamente na resolução de problemas comuns em vez de elegerem “representantes” para o fazer por elas. Se escolherem alguém eleito nestas assembleias para alguma tarefa especial, esse alguém pode ser revogável a qualquer momento por nova assembleia, se não cumpriu, por qualquer razão o que se comprometeu perante o povo.
Tais assembleias funcionam pois em DEMOCRACIA DIRECTA, propondo e votando coisas a fazer - sobretudo- e não, em regra, pessoas para decidirem pelas outras o que fazer.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

[França] Informe de membros da CNT-AIT sobre as manifestações contra os planos de Sarkozy

[Informe escrito em 19/10/2010 por membros de Paris da CNT-AIT, secção da AIT em França, sobre as recentes mobilizações populares. A tradução é da Agência de Notícias Anarquistas do Brasil]

A situação na França está subindo de temperatura:

Por um lado, os jovens alunos estão participando efetivamente da luta. O governo teme que essa situação possa levar a um "cenário grego". Em 2006, a luta dos estudantes contra a "reforma do CPE" conseguiu derrubar uma lei que tinha sido aprovada.

A juventude francesa, que está sob repressão policial constante, expressa agora a sua raiva contra o sistema e especialmente contra a polícia. Houve alguns confrontos muito duros contra os agentes antidistúrbios nas cidades mais populares, nos subúrbios ao redor de Paris, mas também em cidades de toda a França.

Num primeiro momento, o governo criticou os jovens por serem manipulados e disseram que o lugar deles era na sala de aula, não na rua. Mas como o governo aprovou uma lei anos atrás que estabelecia que os adolescentes podiam ser penalmente responsáveis pelos seus atos, a juventude respondeu que se eles tinham idade suficiente para ir para a cadeia com 13 anos, também podiam discutir política e se manifestar nas ruas.
Agora o governo está tentando incitar o medo dos "jovens delinqüentes" que participam do movimento apenas para quebrar tudo e pela violência. Mas, na realidade, esses argumentos não funcionam muito bem (até agora) e as pessoas continuam apoiando o movimento.

Ademais, os trabalhadores em determinados setores estratégicos, como transportes, portos e transportes de combustível, essencialmente, mantém sua greve e até mesmo aumentaram o seu nível de luta.

Pelo menos dois terços dos depósitos de combustíveis foram deixados vazios (em parte pelo bloqueio, em parte porque as pessoas estavam com medo da escassez e correram para as bombas de gasolina... este sentimento irracional de pânico foi uma grande ajuda para os grevistas pela confusão que foi criada).

A rede de abastecimento esteve prestes a entrar em colapso. Isso levaria a um colapso total da economia, assim o próprio presidente decidiu hoje enviar o exército e a polícia para interromper o bloqueio. Os trabalhadores decidiram evitar o confronto e continuar a luta por outros meios.

Além disso, vemos o início da auto-organização em algumas áreas e cidades. Mesmo que isso ainda não tenha um caráter massivo pode ter um impacto significativo no movimento geral.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Porto: SEF não prova acusação a activistas

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artigo retirado de: http://pt.indymedia.org/conteudo/editorial/2461

AACILUS; CNLI; ESSALAM – Associação de Imigrantes Magrebinos e de Amizade Luso – Árabe; Espaço MUSAS; SOS Racismo; TERRA VIVA!/Terra Vivente AES foram as seis associações que subscreveram o comunicado de Imprensa que em Junho de 2006 atribuía responsabilidade moral aos serviços do Porto do SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras) pelo suicídio do imigrante paquistanês Ahmed Hussein. Na sequência dessas notícias (1 e 2), o SEF processou quatro dessas associações AACILUS; ESSALAM; Espaço MUSAS; e TERRA VIVA. Em julgamento estiveram representantes destas quatro associações. De fora ficaram, por razões que ficam por explicar, SOS Racismo e CNLI.

O processo arrastou-se. A primeira audiência foi marcada para Dezembro 2008, mas foi adiada por ausência do país de um dos arguidos. Em Janeiro seguinte, veio a público que o processo tinha transitado para as Varas Criminais.

A primeira sessão, no Tribunal do Bolhão, no Porto, realizou-se quase dois anos depois, em 15 de Setembro passado, na qual foram ouvidas duas testemunhas de acusação e adiada a sessão para duas semanas depois, por falta da terceira testemunha do SEF, elemento da instituição a gozar licença sem vencimento, algures no estrangeiro.

A testemunha de acusação também não compareceu no dia 30 e as testemunhas de defesa foram prescindidas. A promotora pública tomou posse da palavra: apesar de considerar que as acusações aos serviços do Porto do SEF, subscritas em comunicado de imprensa pelas associações arguidas, podiam, pelo seu carácter genérico, denegrir a imagem daquela instituição, afirmou não haver matéria suficiente para formalizar culpa.

À defesa, constituída por três advogados, coube pedir por justiça. Dois em jeito um tanto tímido, outro muito destemido: “Este é um caso em que há o puro arbítrio de uma instituição que se melindra. As pessoas melindram-se por tudo e por nada. Estamos num tempo em que há democracia mas não há democracia nenhuma. Este é um processo absurdo do ponto de vista social”. Frisou ainda que os quatro arguidos foram, durante quatro anos e meio, e sem formalização de culpa, sujeitos a medidas de coação, nomeadamente a termo de residência.

A leitura da sentença ficou então marcada para dia 6, mas só veio a concretizar-se dia 8 de Outubro. A absolvição já era esperada.

sábado, 18 de setembro de 2010

Testemunha do SEF falta a julgamento de activistas


retirado de: http://pt.indymedia.org/conteudo/editorial/2301

Nenhuma das duas testemunhas do SEF ouvidas ontem no Tribunal do Bolhão associou os arguidos à acusação de que incorrem. Disseram-se, sim, “melindrados” com notícias publicadas em jornais, que culpavam moralmente os serviços do Porto do SEF (cujos quadros integram) pelo suicídio do imigrante paquistanês Ahmed Hussein, em 2006.

Não conheceram o dito senhor, não lidaram directamente com o caso. E mais não sabiam. Ahmed Hussein vivia e trabalhava em Portugal há cinco anos quando um dia se atirou da ponte D. Luis I. Isto aconteceu pouco depois de os serviços do SEF do Porto lhe terem negado a continuação de permanência em Portugal, alegadamente por os seus ganhos anuais não perfazerem os 5 400 euros anuais então exigidos, apesar de ele sempre ter feito os seus descontos para a Segurança Social enquanto cá viveu e trabalhou.

Fazendo eco da denúncia feita por elementos da comunidade paquistanesa do Porto, várias associações de apoio a imigrantes e trabalhadores imigrantes e portugueses decidiram realizar uma conferência de imprensa e uma manifestação de protesto e luto, reclamando da forma como os serviços do SEF do Porto vinham tratando os trabalhadores imigrantes e endossando-lhes “responsabilidade moral” pelo suicídio de Ahmid Hussein.

Destas acções, no Verão de 2006, à qual aderiram vários outros movimentos cívicos, resultaria a demissão do antigo chefe daquela polícia no Porto e o processo por difamação, agora em julgamento, movido aos activistas de quatro associações: ESSALAM (Maghreb), AACILUS (Afro-Brasil.), Terra Viva!AES (Pt) e MUSAS (Pt).

Quatro anos depois, o caso sobe à barra do tribunal, registando a ausência da aparente principal testemunha de acusação, elemento do SEF de momento com licença sem vencimento, alegadamente algures no estrangeiro.

sábado, 11 de setembro de 2010

Processo contra activistas defensores de trabalhadores imigrantes continua

Audiência marcada para 15 de Setembro - Tribunal do Bolhão - Porto

Este processo arrasta-se desde há mais de quatro anos, depois de activistas de quatro associações do Porto (Essalam, Terra Viva!AES, AACILUS e Espaço MUSAS) terem sido acusados de "difamação grave" aos serviços do SEF (polícia de estrangeiros e fronteiras) do Porto, no decorrer de conferências de imprensa, assembleias de trabalhadores imigrantes e portugueses e de uma manifestação de luto e protesto na baixa portuense (24-06-2006), acusando aqueles serviços no Porto de "moralmente culpados" pelo suicídio do trabalhador paquistanês Ahmid Hussein e reclamando a demissão daqueles serviços do então seu director, Eduardo Margarido.

O caso reporta-se às denúncias de trabalhadores da comunidade paquistanesa – entre outras comunidades de trabalhadores imigrantes do Porto – referindo a forma como vinham a ser tratados até então no SEF do Porto e que estaria na origem da depressão e posterior suicídio do trabalhador Hussein, trabalhador da construção civil em regime precário, a quem aqueles serviços do SEF teriam exigido prova de ganho anual de 5400 Euros para poder continuar a residir aqui. Estando há mais de cinco anos em Portugal e a descontar para a segurança social portuguesa, Hussein teria argumentado que como precário seria impossível auferir isso anualmente – nem mesmo muitos trabalhadores portugueses o poderiam fazer. Então, a segurança social portuguesa que lhe devolvesse o que ele tinha descontado e o deixasse assim regressar ao seu país... Não aceite este argumento, e  maltratado e enxovalhado então no SEF do Porto, Hussein teria entrado em depressão, suicidando-se pouco tempo  depois, saltando da ponte D. Luís, deixando viúva e cinco filhos menores no seu país de origem.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Feira do Livro Anarquista de Compostela (Galiza)


A CNT de Compostela organiza a Primeira Feira do Livro Anarquista de Compostela. Diferentes editoras livres e anarquistas do Estado Português e Espanhol estarão presentes com suas bancas de venda durante os dias 9 a 11 de Setembro. O evento terá lugar na Casa das Asociacións do bairro de Conxo, e contará con diversas actividades paralelas e complementárias.

A quinta 9 de Setembro terá lugar a inauguração da Feira, às 16:30 horas. A continuação as bancas estarão disponíveis para o público. ÀS 19:30 terá lugar a primeira palestra da feira: Felix Rodrigo Mora disertará sobre Crise e utopia no século XXI.

Na sexta 10 de Setembro Xabier VAlle oferecerá uma palestra, tambem às 19:30, sob o título Cem imagens para um centenário. CNT 1910 - 2010, no que falará dos cem anos de história da organização anarco-sindical em base a cem imagens.

O sábado 11 de Setembro terá lugar, às 19:30, uma mesa redonda na que participarão várias das editoras presentes na feira (Aldarull, FAL, La Felguera e Estaleiro) em base ao tema Edição à margem. Finalmente, o encerramento da feira terá lugar às 21:30.

Acompanhando à feira, poderá ser visitada em qualquer momento uma interessante exposição intitulada Dinamite cerebral. O livro anarquista na Galiza (1837 - 1974), preparada pelo historiador e militante libertário Eliseo Fernández.

Aliás, durante a feira suceder-se-ão diversas apresentações das novidades editoriais das editoras presentes na feira, actos que serão anunciados neste web durante a semana.

O horário da feira será o que segue:

Quinta: 16:30 - 21-30.

Sexta e Sábado: 9 - 14; 16:30 - 21-30.

Se alguma editora tem interesse em participar da feira, e não foi contatada pela CNT, pode fazé-lo nos vindouros dias ligando para o telefone 981 590 910 ou no correio-e compostela@cntgaliza.org

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Conferência da AIT em León (Espanha)

Realizou-se nos dias 13, 14 e 15 de Agosto a Conferência da Associação Internacional dos Trabalhadores sobre “Precariedade, Autogestão e Cooperativas”. A Conferência teve como anfitriã a secção espanhola CNT, realizando-se no IX Acampamento da CNT em La Vecilla, León. Reproduzimos, em seguida, um largo excerto do informe da delegação da secção britânica Solidarity Federation acerca dos trabalhos da conferência.

Participaram cerca de 100 pessoas no acampamento e 60 na conferência. Estiveram representadas 10 secções: a CNT-F (França), a FAU (Alemanha), a Priama Akcia (Eslováquia), a ZSP (Polónia), a Solidarity Federation (Grã-Bretanha), a AIT-Secção Portuguesa, a USI (Itália), a KRAS (Rússia), a NSF (Noruega) e, claro, a CNT-E (Espanha). Também compareceram organizações convidadas: a MASA da Croácia e dois delegados do jornal peruano “Humanidad” que, no entanto, só chegaram várias horas após o encerramento da conferência devido a problemas com os vistos.

Na primeira parte da conferência, foram dados informes acerca da situação em cada país. Demonstrou-se particularmente interessante a experiência da ZSP polaca, que em três anos aumentou a sua afiliação para 50 membros, estando envolvida num grande número de lutas.
No seu informe, a secção russa KRAS descreveu as terríveis condições vividas pelos imigrantes ilegais que trabalham na construção civil na Rússia. As suas vidas são constantemente postas em risco pelos ataques da polícia e dos nazis, e quando se tentam organizar para lutar enfrentam ainda o risco da deportação e da violência das máfias.

A segunda parte da conferência foi dedicada a conflitos específicos nos quais as secções têm estado envolvidas. A CNT-F de Pau descreveu o seu trabalho de organização através de ‘comités’, grupos criados fora do sindicato de forma a envolver outros trabalhadores militantes que possuíam uma profunda desconfiança face aos sindicatos, extendida, de início, à própria CNT-F. A sua acção mais inspiradora foi a ocupação de uma autoridade estatal do trabalho levada a cabo pelo comité de desempregados. Esta acção envolveu algumas mães de família, que recorreram à acção directa pela primeira vez nas suas vidas, e que se demonstraram as mais militantes – permanecendo até serem retiradas pela polícia. Alguns dos membros mais activos destes comités acabaram por se juntar à CNT-F à medida que as lutas particulares foram acalmando.
A  ZSP também deu conta do seu trabalho com um trabalhador polaco emigrado que, após ter sido colocado por uma empresa de trabalho temporário num trabalho sem condições de segurança num estaleiro na Holanda, acabou por ficar com uma conta de hospital de 2.000 euros para pagar e teve de pagar do próprio bolso as despesas de viagem. Não teve direito a seguro nem a formação e não sabia sequer o nome do estaleiro onde esteve a trabalhar. Utilizando métodos argutos, a ZSP conseguiu localizar o estaleiro e organizou acções na Polónia e na Holanda juntamente com um grupo holandês (Grupo Anarquista de Amesterdão – AGA), conseguindo não só que o trabalhador recebesse o dinheiro devido como também a melhoria das condições para os futuros trabalhadores.
O informe da CNT-E sobre a luta na Ryanair destacou os problemas enfrentados pelos activistas sindicais. Neste caso, um militante da CNT foi despedido após se ter recusado a assinar um documento em que se dissociava do sindicato. Apesar de a CNT ter obtido do tribunal uma sentença a favor da readmissão do trabalhador, isto levou a um debate dentro do sindicato sobre legalismo, acção directa e como se organizar contra multinacionais poderosas, que também se reflectiu na discussão subsequente. Dois membros da FAU do cinema Babylon em Berlim também forneceram uma actualização acerca deste conflito, após a proibição do tribunal que pesava sobre as actividades sindicais da FAU ter sido revogada.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

A FAU-Berlim ganha o recurso em tribunal da sentença que a tinha proibido de se autodenominar sindicato!


FAU-Berlim – sindicato berlinense federado na FAU, a secção da AIT na Alemanha
 
A FAU-Berlim ganha o recurso em tribunal da sentença que a tinha proibido de se autodenominar sindicato!

(mas continua a lutar pela obtenção duma efectiva liberdade sindical para os trabalhadores na Alemanha)


No dia 10 de Junho, o tribunal de apelação de Berlim revogou a sentença anteriormente emitida pelo tribunal de 1ª instância da mesma cidade, que proibia a FAU-Berlim de se autodenominar sindicato.

Esta tentativa de limitar a acção da FAU-Berlim enquanto sindicato teve origem no papel desempenhado por esta no conflito que opôs, desde Junho de 2009, os trabalhadores do cinema Babylon, o único semi-privado de Berlim, aos seus patrões. Desde essa altura que lutam por um contrato colectivo de trabalho – recebem salários de miséria e não vêem os seus direitos laborais serem respeitados, nomeadamente o pagamento dos dias de falta por doença e dos dias de férias.

De facto, a FAU-Berlim utilizou, nesse conflito, os métodos e meios de acção próprios do anarco-sindicalismo, ao basear toda a sua actividade nas próprias opiniões dos trabalhadores, que participavam directamente nas decisões, e ao utilizar, por exemplo, o boicote do cinema como meio de luta. Isto tornou-se inaceitável, quer para os partidos políticos do governo de Berlim, quer para o sindicato VER.di (sindicato alemão filiado na central sindical DGB – Confederação de Sindicatos Alemães, de tendência centralista e estatal), e, com a sua ajuda, o cinema Babylon conseguiu obter uma primeira decisão judicial proibindo a FAU de se autodenominar sindicato.


domingo, 18 de julho de 2010

Julgamento dos 11 acusados do 25 de Abril de 2007 termina com absolvição geral


No dia 14 de Julho, no 1º Juízo Criminal de Lisboa, situado no Campus de Justiça do Parque das Nações, deu-se a leitura do veredicto do julgamento contra os 11 detidos aquando da repressão policial sobre a manifestação anti-autoritária contra o fascismo e o capitalismo de 25 de Abril de 2007. Todos os arguidos foram absolvidos, uma vez que o Juiz considerou não existirem provas dos factos de que eram acusados.

Esta foi a decisão esperada, uma vez que as declarações das testemunhas da acusação – sobretudo polícias do Corpo de Intervenção – se revelaram repletas de contradições e por vezes quase anedóticas. Já na sessão de 5 de Julho – data das alegações finais do Procurador do Ministério Público e dos advogados de defesa – o Procurador teve de reconhecer a não existência de provas suficientes para condenar os arguidos. Começou as suas alegações afirmando que não existiu nenhuma motivação política por detrás deste julgamento – obviamente incomodado com os protestos contra o mesmo – mas tão só a punição de delitos comuns. Justificou a actuação da polícia como “necessária”, apesar de “musculada”, tendo criado uma dinâmica própria em virtude da qual se tornou difícil descobrir quem fez o quê e aonde.

Estamos obviamente muito contentes com este desfecho, mas não podemos deixar de condenar este processo como mais uma demonstração de como funciona a “justiça” do Estado, justificando a autoridade do Estado e garantindo a impunidade dos seus mercenários até ao fim, mesmo quando se tornou óbvio que estes tiveram uma actuação brutal e injustificada contra os manifestantes. Podemos observar paralelos entre a actuação da polícia nesta situação e muitos casos recentes de repressão e brutalidade policial não só em manifestações, mas sobretudo em bairros pobres, demonstrando que o braço “musculado” do Estado se está cada vez mais a revelar como fundamental para o funcionamento de um sistema social e económico baseado sobre a desigualdade, a opressão e a exploração.

sábado, 17 de julho de 2010

Acção de despejo do Centro de Cultura Libertária: Novo julgamento

Comunicado do Centro de Cultura Libertária acerca do resultado do recurso sobre a ordem de despejo deste ateneu anarquista situado em Almada:

No último dia 7 de Julho recebemos a resposta por parte do Tribunal da Relação de Lisboa ao recurso interposto pelo CCL relativamente à acção de despejo movida pelo seu senhorio. A decisão foi-nos favorável: anulou o primeiro julgamento e determinou a realização de um novo julgamento no Tribunal de Almada. A anulação teve por base contradições nos factos considerados provados no primeiro julgamento.

Continuamos com a mesma vontade de manter o nosso espaço pelo que tentaremos preparar o melhor que pudermos a nossa defesa para o julgamento que se realizará nos próximos meses. Desta forma vamos ser obrigados a suportar novas despesas com o advogado, que vão muito para além das capacidades de um ateneu que se mantém apenas devido às contribuições dos seus sócios e amigos.

Não fosse o apoio recebido por tantas pessoas que se solidarizaram contra a acção de despejo do CCL, há muito que tínhamos perdido este espaço. Devido a esta mesma ajuda, já temos a maior parte do dinheiro necessário, faltando-nos cerca de 800 euros para custear a nossa defesa legal.

Centro de Cultura Libertária
11 de Julho de 2010


Contacto:
 E-mail: ateneu2000@yahoo.com
Correio: Apartado 40 / 2800-801 Almada / Portugal

 
Dados da conta bancária do CCL, para donativos:

Titular: CENTRO DE CULTURA LIBERTÁRIA

Para transferências em Portugal:
NIB: 003501790000215493029

Para transferências do estrangeiro:
IBAN: PT50003501790000215493029
BIC: CGDIPTPL

segunda-feira, 29 de março de 2010

Amadeu Casellas libertado


O preso anarquista Amadeu Casellas foi libertado no dia 9 de Março, depois de vinte e quatro anos de prisão. Após três greves de fome e uma campanha internacional pela sua libertação
(ver Solidariedade com Amadeu Casellas em Lisboa), o director do estabelecimento prisional de Girona unificou os expedientes do antigo e do novo código penal e, uma vez feita a soma das penas, concluiu que Casellas cumpriu mais oito anos de pena do que o estipulado.

Congratulamo-nos com a libertação do companheiro Amadeu Casellas e fazemos nossas as palavras do comunicado do grupo de familiares, amigas e amigos de Amadeu Casellas que a seguir reproduzimos.

*   *   *   *   *

Comunicado do grupo de familiares, amigas e amigos de Amadeu Casellas
[Tradução: Agência de Notícias Anarquistas - ANA]

Na segunda-feira, 9 de março, ao meio-dia, estava prevista a saída em liberdade de Amadeu Casellas da prisão de Girona. Um grupo de pessoas desta localidade e de Barcelona esperavam desde segunda-feira a sua saída, realizando um ato de presença em frente à prisão tanto na segunda quanto na terça-feira, dia em que ele finalmente saiu. Amadeu, que estava carregado com 3 grandes bolsas cheias de objetos pessoais e uma trajetória de luta de 24 anos na prisão, foi recebido entre gritos de alegria, liberdade e abraços, enquanto de um edifício da prisão vários presos em terceiro grau olhavam curiosos e ansiosos este esperado e emocionado reencontro com a liberdade.

Nós, como o grupo de familiares, amigas e amigos de Amadeu, queremos compartilhar este instante de emoção e alegria com todas as pessoas que em qualquer ou em todos os momentos acompanharam esta luta. Além disso, queremos fazer chegar a vocês não só o nosso agradecimento, mas também um profundo reconhecimento por manter este apoio, apesar das circunstâncias estranhas e adversas que rodearam esta luta tão esgotadora, complicada e longa.


quinta-feira, 18 de março de 2010

Feira do Livro Anarquista - Lisboa - 2010


 
Feira do Livro Anarquista
- 21, 22 e 23 de Maio 2010 
- Lisboa

retirado de feiradolivroanarquista.blogspot.com:

Estamos de volta!

A partir das publicações, do convívio e dos debates queremos partilhar experiências, discutir ideias e possíveis esforços futuros na luta contra a autoridade em todas as suas formas e manifestações.

Numa tentativa de descobrir potenciais cúmplices, continuamos a dar importância à palavra escrita enquanto ferramenta de comunicação e ataque.
  
21, 22 e 23 de Maio 2010
Lisboa


Entrega de proposta de actividades até dia 8 de Abril e bancas até 24 de Abril

Para mais informação:
feiradolivroanarquista.blogspot.com
feiradolivroanarquista@gmail.com

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Contra a ilegalização da FAU-Berlim: Solidariedade sem fronteiras!

Nas fotos de cima: concentração da AIT-Secção Portuguesa na Embaixada da Alemanha em Lisboa (19/02/2010)
Nas fotos de baixo: manifestação da FAU em Berlim a 20/02/2010. Na faixa pode ler-se: «Um bom sindicato é aquele de que o teu patrão não gosta!»

Nos dias 29 e 30 de Janeiro, respondendo a um apelo da FAU (Freie Arbeiterinnen und Arbeiter Union – secção da AIT na Alemanha), realizaram-se acções de protesto e solidariedade em pelo menos 52 cidades de 20 países, um pouco por todo o mundo, contra a sentença que ilegaliza o sindicato de Berlim desta organização anarco-sindicalista. As secções da AIT envolveram-se activamente nesta luta, continuando a realizar protestos enquanto a sentença não for revogada, demonstrando que uma agressão a um anarco-sindicalista é uma agressão a todos os anarco-sindicalistas.

Em Portugal, a secção portuguesa da Associação Internacional d@s Trabalhador@s desenvolveu vários actos de protesto junto de interesses e iniciativas do Estado alemão: na manhã de 29 de Janeiro foi entregue uma carta de protesto na embaixada da Alemanha em Lisboa, mais tarde foi distribuído um comunicado informativo à entrada do Ciclo de Cinema de Expressão Alemã, realizado pelo Instituto Goethe (embaixada cultural da Alemanha) no Cinema São Jorge, em Lisboa; no dia 19 de Fevereiro – véspera de uma manifestação de protesto realizada pela FAU em Berlim – realizou-se uma concentração e distribuição de comunicados junto da Embaixada da Alemanha em Lisboa. Também no Porto se vem organizando a solidariedade com a FAU com a difusão de informação e realização de reuniões públicas sobre o tema.

Numa secção especial da página web da FAU podem encontrar-se relatos dos protestos e informação actualizada sobre esta luta: www.fau.org/verbot/en/ (em inglês).

Materiais informativos em formato PDF:
+Cartaz
+Comunicado
+Cartaz do SOV Porto


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Começou o julgamento dos anarquistas de Belgrado. Os seis companheiros foram libertados!



No dia 17 de Fevereiro, teve início o julgamento dos seis anarquistas de Belgrado detidos desde Setembro passado. As acusações de “terrorismo internacional” – punível com penas de até 15 anos de prisão – foram retiradas e serão substituídas por outras de menor gravidade, na próxima sessão a realizar no dia 23 de Março. Foi determinada a libertação sobre fiança dos companheiros, após mais de 5 meses de prisão. Dentro e fora do tribunal, várias centenas de pessoas manifestaram a sua solidariedade, tendo sido detidos três companheiros por mostrarem cartazes de solidariedade. Ivan Savic, um dos companheiros processados, revelou ter sido torturado na prisão e forçado a assinar uma confissão.

Tadej Kurepa, Ivan Vulović, Sanja Dojkić, Ratibor Trivunac, Ivan Savic e Nikola Mitrovic – membros e colaboradores da ASI (Iniciativa Anarco-Sindicalista, secção da AIT na Sérvia) – foram detidos no início de Setembro de 2009 e acusados de atirar um cocktail molotov contra a Embaixada da Grécia em Belgrado, em solidariedade com a luta pela libertação do anarquista grego Theodoros Iliopoulos.

Desde então desenvolveu-se um movimento de solidariedade que realizou protestos em mais de 25 países. Vários sectores críticos da sociedade sérvia solidarizaram-se com os anarquistas detidos e condenaram a repressão protagonizada pelo Estado Sérvio, conduzido por forças nacionalistas e pró-fascistas.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Apelo urgente à solidariedade internacional contra a “ilegalização” da FAU Berlim

Desde o dia 11 de Dezembro de 2009, a FAU berlinense  (Freien ArbeiterInnen Union, secção alemã da AIT) está proibida de exercer actividade sindical. A sentença foi emitida sem que a FAU de Berlim tivesse conhecimento das medidas legais adoptadas pela Neue Babylon Berlin GmbH, empresa com a qual mantém um conflito laboral há vários meses. A sentença não se limita a privar a FAU-Berlim dos seus direitos sindicais no conflito com o cinema Babylon. A partir de agora a FAU-Berlim está proibida de se autodenominar “sindicato”!


quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Começa a farsa judicial contra os 11 processados do 25 de Abril de 2007


No passado dia 7 de Dezembro, num tribunal completamente ocupado pela polícia, começou o julgamento das onze pessoas detidas na “manifestação anti-autoritária contra o capitalismo e o fascismo" de 25 de Abril de 2007. Estas onze pessoas são acusadas de “agressões, injúrias agravadas e desobediência civil” e podem ser condenadas a penas entre os 6 meses e os 5 anos de prisão.

A primeira sessão do julgamento realizou-se no dia 7 de Dezembro pela manhã, no entanto serviu quase só para que o juiz adiasse o julgamento para 22 de Janeiro devido a uma falha do tribunal nas notificações aos acusados. Também foram marcadas as sessões para a audição dos arguidos e das testemunhas, que se prolongarão pelos próximos quatro meses.

Incrivelmente, o Campus de Justiça de Lisboa foi completamente ocupado por polícias de uniforme e à paisana, numa gigantesca operação destinada a intimidar os arguidos e a dissuadir qualquer forma de protesto. Funcionários do Tribunal tentaram impedir ilegalmente o acesso a quem queria assistir ao julgamento e, nas proximidades do Tribunal, os transeuntes eram identificados e revistados. Apesar deste aparato policial, 30 bravos companheiros concentraram-se com uma faixa em frente do campus judicial, situado no meio de um complexo comercial, numa das zonas mais ricas de Lisboa.

Devemos sublinhar que, apesar da campanha contra os “anarco-radicais” que a polícia empreendeu na imprensa nos últimos dois anos, com episódios repugnantes de exposição e difamação dos processados, nem um só representante da imprensa burguesa compareceu para fazer a reportagem do julgamento. O tribunal mediático já ditou a sua sentença, agora há que consumar a farsa judicial em segredo...

Porque estamos totalmente solidários com as motivações e conteúdo da manifestação anti-autoritária de 25 de Abril de 2007 e porque qualquer um de nós podia ser processado neste julgamento, fazemos um apelo à solidariedade contra esta farsa judicial que terá lugar no Campus de Justiça do Parque das Nações em Lisboa ao longo dos próximos meses.
     
A origem deste processo remonta à repressão policial da manifestação anti-autoritária de 25 de Abril de 2007.  Pode-se obter mais informação nos links seguintes:

+ Solidariedade com as 11 pessoas detidas na manifestação anti-autoritária contra o fascismo e o capitalismo de 25 de Abril de 2007  -

 + 25 de Abril de 2007: Solidariedade contra a farsa judicial montada em torno das onze pessoas que vão a julgamento dia 7 de Dezembro

Vídeo da manifestação e da repressão policial de 25/04/2007: http://www.youtube.com/watch?v=qCDm-iltV1w

Fotos: http://galerias.escritacomluz.com/ajlborges/album06  e  http://cravadonocarmo.wordpress.com/fotografias/


quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Solidariedade activa com sem-abrigo e desempregad@s no centro do Porto

Mais de 40 pessoas sem-tecto estão desde há alguns meses abrigadas nas ruínas do antigo "Mercado do Anjo", Praça de Lisboa, junto à torre dos Clérigos, no Porto. A maioria ocupa antigas lojas daquele centro comercial, já sem vitrinas, e ainda que abrigados da chuva resistem como podem ao frio. Alguns ganham a vida como arrumadores de carros - a quem a Câmara do Porto prometeu há muito arranjar "alternativas à rua" -, outros trabalham no que podem e a maioria são desempregados: há gráficos, operários de construção, motoristas, padeiros, empregados de mesa, etc., DESEMPREGADOS.

Numa reunião na última sexta-feira na "Mesa Comum", da iniciativa MPDP (Movimento Popular de Desempregad@s e Precári@s) e do núcleo local da AIT-SP, na Terra Viva!AES, onde participaram uma dúzia de ocupantes do "Mercado do Anjo", bem como nalgumas visitas que alguns de nós fizemos ao local, demo-nos conta de algumas das necessidades mais urgentes dos ocupantes daquele espaço:
- cobertores e roupa de cama para combater o frio;
- comida quente (já que na maior parte das vezes as pessoas se alimentam de "kits" alimentares distribuídos por carrinhas de algumas organizações caritativas e refeições frias);
- EQUIPA VOLUNTÁRIA de ACESSORIA JURÍDICA E SOCIAL - no sentido de apoiar o acesso a direitos e medidas de apoio social, laboral, médico-sanitário, etc...

Na reunião/encontro da passada sexta-feira, conjuntamente com sem-tecto, desempregados e precários, jovens voluntários e activistas sociais, foi decidido:
1 - Reforçar os laços de solidariedade entre desempregados, precários, sem-abrigo e voluntários, independentemente da origem nacional ou étnica (parte das pessoas são desempregados ou precários imigrantes);
2 - Preparar um próximo ENCONTRO PÚBLICO de VISIBILIDADE e SOLIDARIEDADE de SEM-TECTO e DESEMPREGAD@S e PRECÁRI@S;
3 - Apelar a colectivos e associações para secundarem nas suas zonas a ideia da "Mesa Comum"* de forma a se viabilizar a curto prazo uma rede local de "Mesas Comuns"ou Cozinhas Populares gratuítas para quem necessite.

- Reunião de trabalho com alguns voluntários ficou marcada para próxima terça-feira às 16.00 horas na sede da Terra Viva!AES [contactar para os números ou e-mail abaixo].

- As dádivas de cobertores e roupa de cama bem como a oferta de voluntariado solidário podem ser feitas na sede da Terra viva!AES, na Rua dos Caldeireiros, 213 -Porto, à Cordoaria, terças, quintas e sextas, das 17 às 20 horas.

CONTACTOS E MAIS INFORMAÇÕES: 223324001 - 967694816 - terraviva@aeiou.pt

Repassa - Divulga - Solidariza-te!

*a funcionar desde Fevereiro passado na Terra Viva!AES, semanalmente, com alimentos gratuítos doados por algum pequeno comércio alimentar da zona e vendedeiras do Bolhão -mas com capacidade limitada a um máximo de 25-30 pessoas)