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terça-feira, 4 de março de 2014

Guerra à guerra! Nem uma única gota de sangue pela “nação”!

Declaração internacionalista contra a guerra na Ucrânia



A luta pelo poder entre os clãs oligárquicos na Ucrânia ameaça transformar-se num conflito armado internacional. O capitalismo russo pretende utilizar a recomposição do poder no Estado Ucraniano de maneira a satisfazer as suas aspirações imperiais e expansionistas de longa data sobre a Crimeia e o leste da Ucrânia, onde detém fortes interesses económicos, financeiros e políticos.

Prevendo a próxima crise económica iminente, o regime tenta alimentar o nacionalismo russo para desviar a atenção dos problemas socio-económicos da classe trabalhadora que estão em crescimento: salários e pensões de miséria, o desmantelamento dos serviços de saúde existentes, a educação e outros sectores da área social. Com a explosão da retórica nacionalista e militante é mais fácil concluir a construção de um Estado autoritário e corporativo assente em valores conservadores reaccionários e em políticas repressivas.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Apelo urgente a protestos contra a "sexta-feira sangrenta" no Cazaquistão

No dia 16 de Dezembro de 2011, as autoridades do Cazaquistão dispararam contra uma concentração de trabalhadores da indústria petrolífera em greve em Zhanaozen (uma cidade do Cazaquistão Ocidental). A greve de cerca de 1500 trabalhadores, que reivindicam aumentos salariais e melhores condições de trabalho, começou em Maio, mas foi proibida. O campo petrolífero de Karazhanbas, onde o conflito rebentou, é explorado por uma empresa que pertence à China International Trust Investment Company e pela companhia cazaque KazMunayGaz.

A escala da repressão tem vindo a aumentar de forma constante: durante o conflito, centenas de trabalhadores foram despedidos; um activista sindical, Zhaksalyk Turbayev, foi assassinado por desconhecidos; foi incendiada a casa de outro activista, Aslambek Aydarbayev; e uma advogada sindical, Natália Sokolova, foi condenada a 6 anos de prisão por "incitar à discórdia social". Destacados sindicalistas como Akzhanat Aminov, Kuanysh Sisenbayev e mais de 30 outros activistas sindicais também foram presos e condenados.

sábado, 16 de abril de 2011

Pela solidariedade urgente com a greve geral na Bolívia!

Acontecimentos de extrema importância estão a ocorrer neste momento na Bolívia. A federação de sindicatos “Central Obrera Boliviana” organiza uma greve geral por tempo indeterminado desde o dia 7 de Abril. Os principais grevistas são mineiros, professores, trabalhadores da saúde e da assistência médica e social. As reivindicações dos grevistas são: aumento salarial geral de 15% para todos os trabalhadores dos sectores privado e público, a abolição das previstas reformas neoliberais da segurança social e da saúde, a preservação da autonomia universitária, etc.

quinta-feira, 24 de março de 2011

ABAIXO A NOVA GUERRA NO NORTE DE ÁFRICA!

A intervenção “humanitária” dos estados da NATO na Líbia com o propósito principal de dar apoio militar a um dos lados em confronto numa guerra civil local, provou mais uma vez que não há “revoluções”no Norte de África e no Médio Oriente, o que há é uma obstinada e amarga luta pelo poder, por lucros, por influência e controlo sobre os recursos petrolíferos e áreas estratégicas.

O profundo descontentamento e protestos sócio-económicos das massas trabalhadoras da região gerados pela crise económica global (ataques às condições de vida dos trabalhadores, aumento do desemprego e da pobreza, alargamento do trabalho temporário) são usados pelos grupos políticos de oposição para organizar golpes, derrubando a tirania de ditadores senis e corruptos e ocupando os seus lugares. Mobilizando os desempregados, os trabalhadores, os pobres, como carne para canhão, facções descontentes da classe dirigente desviam-nos das suas reivindicações sociais e económicas, prometendo-lhes “democracia” e “mudança”. Mas de facto aquele bloco multicolor de “recuperados” da elite dirigente, liberais e fundamentalistas religiosos, não trarão aos trabalhadores quaisquer melhorias. 

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Não à nova guerra do Cáucaso!

Comunicado da Federação dos Trabalhadores da Educação, Ciência e Técnicos – CRAS-AIT (Confederação de Revolucionários Anarco-Sindicalistas, Secção Russa da AIT)

A erupção de acções militares entre a Geórgia e a Ossétia do Sul ameaça transformar-se numa guerra de larga escala entre a Geórgia apoiada pelo bloco da NATO, por um lado, e o Estado Russo, por outro. Milhares de pessoas foram já mortas e feridas – principalmente habitantes pacíficos –; cidades e povoações inteiras foram apagadas do mapa. A sociedade foi inundada por correntes lamacentas de histeria nacionalista e chauvinista.

Como sempre e onde quer que surjam conflitos entre Estados, não há nem podem haver justos nesta nova guerra do Cáucaso, existem apenas culpados. Ao longo dos anos espalharam as brasas que agora acenderam o fogo da guerra. O regime de Saakashvili na Geórgia mantém dois terços da população num estado de pobreza, e quanto maior é o descontentamento interno que isto provoca, maior é o seu desejo de encontrar uma saída deste impasse sob a forma de uma “pequena guerra vitoriosa”, na esperança de assim fazer esquecer todos os problemas.

Os governantes da Rússia estão inteiramente determinados em manter a sua hegemonia sobre o Cáucaso. Hoje assumem a pose de defensores dos fracos, mas a sua hipocrisia é por demais clara: de facto, Saakashvili apenas repete o que os soldados de Putin fizeram na Tchetchénia há nove anos. Os círculos dirigentes de ambas as Ossétias e da Abkházia aspiram a fortalecer o seu papel como aliados exclusivos da Rússia na região, e ao mesmo tempo unir a população empobrecida em torno de conceitos já testados como a “ideia nacional” e a “defesa do povo”.

Os líderes dos EUA, dos Estados europeus e da NATO, pelo contrário, pretendem enfraquecer tanto quanto possível a influência dos seus rivais russos sobre o Cáucaso, para poderem assegurar o seu controlo sobre os recursos combustíveis da região e o seu transporte. Assim, tornamo-nos testemunhas e vítimas do próximo ciclo do conflito mundial por poder, petróleo e gás.

Este conflito não traz nada mais à população trabalhadora – Georgianos, Ossetas, Abkhazes ou Russos –, excepto sangue e lágrimas, desastres incalculáveis e privações. Expressamos a nossa profunda simpatia aos amigos e familiares das vítimas, às pessoas que ficaram sem um telhado sobre as suas cabeças e sem meios de subsistência como resultado desta guerra.

Não nos devemos deixar cair sob a influência da demagogia nacionalista que exige a unidade com o “nosso” governo, levantando a bandeira da “protecção da terra natal”. Os inimigos principais das pessoas simples não são os seus irmãos e irmãs pobres do outro lado da fronteira ou doutra nacionalidade. Os seus inimigos são os governantes e patrões de todos os tipos, presidentes e ministros, homens de negócios e generais, aqueles que geram as guerras para poderem multiplicar o seu poder e riqueza. Apelamos à população trabalhadora na Rússia, nas Ossétias, na Abkházia e na Geórgia para que rejeite o isco do nacionalismo e patriotismo e vire a sua raiva contra os governantes e os ricos de ambos os lados da fronteira.

Soldados russos, georgianos, ossetas e abkhazes:
Não obedeçam às ordens dos vossos comandantes! Virem as vossas armas contra aqueles que vos enviaram para a guerra! Não disparem contra os soldados “inimigos” – confraternizem com eles, a baioneta cravada no chão!

Trabalhadores na retaguarda:
Sabotem os esforços militares, participem em reuniões e manifestações contra a guerra, organizem-se e declarem a greve contra a guerra!

Não à guerra e aos seus organizadores – governantes e ricos! Sim à solidariedade dos trabalhadores acima das fronteiras e das linhas de frente!


Federação dos Trabalhadores da Educação, Ciência e Técnicos – CRAS-AIT (Confederação de Revolucionários Anarco-Sindicalistas, Secção Russa da AIT)

http://www.kras.fatal.ru/

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Lutas sociais na Rússia

Dos nossos companheiros da KRAS (secção russa da AIT), chegaram-nos informações acerca da situação social na Rússia e das lutas sociais e libertárias que irromperam neste país, nos últimos meses.

Carestia de vida e greves na Rússia
O último ano na Rússia foi marcado por uma acentuada degradação das condições de vida, associada à inflação galopante (os preços subiram 50 a 70% entre Janeiro e Novembro de 2007). Esta degradação nas condições de vida da maioria dos trabalhadores tem levado à irrupção de diversas greves reivindicando aumentos salariais.
Segundo a KRAS, esta situação deve-se à estrutura criminosa do sistema social, político e económico da Rússia, cujo único objectivo é, através de um sistema de monopólios, providenciar a prosperidade a uma pirâmide mafiosa de novos-ricos e funcionários estatais, no topo da qual está o senhor Putin, cuja riqueza não declarada perfaz cerca de 40 biliões de dólares.
Perante este sistema mafioso, os trabalhadores que entram em greve podem esperar apenas uma brutal repressão. Uma vez que muitos dos actuais patrões são ex-oficiais do KGB, o significado da palavra “negociação” é-lhes desconhecido. Quase todas as greves dos últimos meses foram, segundo a secção russa da AIT, declaradas ilegais e alguns dirigentes sindicais foram mesmo atacados pela polícia e pelas máfias.
No dia 20 de Novembro, iniciou-se uma greve na fábrica Ford de São Petersburgo, abrangendo 1700 dos 2200 trabalhadores desta unidade, sob a reivindicação de aumentos de 30-40% (nada mais do que uma mera compensação face à elevada inflação). A fábrica foi ocupada por forças de polícia especiais chamadas “OMON”. Militantes da KRAS iniciaram uma campanha de propaganda anarquista e contra os sindicatos oficiais, apelando aos trabalhadores para que deixem de obedecer aos líderes, substituindo-os por assembleias-gerais onde se tomem todas as decisões. Isto despertou a ira destes líderes sindicais. Mas apesar de conhecerem a ineficácia dos sindicatos, os trabalhadores hesitaram em iniciar outras formas de luta mais eficazes, como a sabotagem, por temerem a repressão legal e policial.
Também pela mesma altura, em São Petersburgo, decorria uma greve dos trabalhadores portuários – iniciada a 13 de Novembro –, que paralisou o porto desta cidade e foi declarada pelos tribunais como sendo ilegal. Também aqui os companheiros da KRAS tentaram chegar directamente aos trabalhadores, ultrapassando os líderes dos sindicatos, que segundos eles, “dão listas dos seus membros aos patrões, terminam as greves antes de começarem as negociações e após veredictos dos tribunais, ensinando os trabalhadores a obedecer à lei”.

Residentes de Moscovo em luta contra condomínios de luxo
Membros e simpatizantes da KRAS têm participado activamente na luta dos habitantes de Moscovo contra a construção descontrolada de condomínios de luxo destinados às elites da sociedade russa. Os residentes estão descontentes com o facto de a construção destes condomínios acarretar frequentemente a destruição de jardins e outros espaços públicos, e de muitas vezes representar um perigo para as fundações das suas casas.
Os protestos são frequentemente acompanhados de bloqueios das ruas ou dos estaleiros de construção. A repressão por parte das autoridades não se tem feito esperar, a polícia tem recorrido a bastonadas e a disparos para o ar para afastar as pessoas. Em alguns casos foram usados membros das máfias para intimidar os manifestantes.
Alguns anarquistas foram detidos durante os protestos. A 8 de Outubro, no decurso de um protesto na Rua Chertanovskaya em Moscovo, a polícia deteve 19 pessoas que bloqueavam a rua, entre as quais 6 membros e simpatizantes da KRAS. Algumas pessoas foram brutalmente espancadas durante a detenção.

Repressão contra estudantes anarquistas de Petrozhavodsk
No início do novo semestre académico, estudantes libertários iniciaram uma campanha contra a organização estudantil oficial na Universidade de Petrozhadovsk (uma cidade no Noroeste da Federação Russa). Esta organização é um pseudo-sindicato que, longe de defender os interesses dos estudantes, está integrada na Nashi – uma organização de juventude pró-Putin financiada pelo Kremlin e conhecida por atacar fisicamente as organizações juvenis de oposição. Os anarquistas organizaram uma campanha massiva contra a Nashi, com autocolantes e panfletos, encorajarando os estudantes a boicotar a organização estudantil oficial e a participar na fundação de um “Sindicato Livre e Alternativo de Estudantes” (ASSP). Os objectivos imediatos do ASSP são a luta contra a privatização do ensino superior, contra os exames nacionais (em que a corrupção predomina) e contra a revogação das leis de isenção do serviço militar.
O boicote à organização estudantil oficial foi um sucesso, tendo as inscrições no mesmo decrescido em 70%.
A 8 de Outubro, os estudantes anti-Putin organizaram uma acção contra a celebração do aniversário de Putin, promovida pela organização estudantil oficial. Apareceram na “celebração”, empunhando cartazes e gritando slogans que ridicularizavam a figura do presidente russo e expunham o carácter ditatorial do seu regime, e acabaram por ser atacados pelos seguranças da universidade. Todos os participantes na acção conseguiram escapar, apesar de a polícia os ter procurado pelas ruas durante toda a noite.
Esta acção ganhou uma grande atenção pública e alertou o FSB (ex-KGB), que conseguiu isolar alguns estudantes e acusá-los de participação na acção. Um estudante foi raptado da sua faculdade, levado a tribunal e, sem direito a advogado, multado em 1000 rublos (30 euros – o salário, por exemplo, de um médico ou professor na Rússia é de 150 euros) por participação numa manifestação ilegal. Outros foram convidados pela polícia para “conversas informais”. Um jornalista que pretendia fazer uma reportagem sobre o Sindicato Livre e Alternativo de Estudantes foi informado de que tal tópico era “indesejável”.
A 24 de Outubro, um outro participante da acção foi levado a tribunal, acusado de participação em piquete ilegal, tendo sido condenando a pagar uma multa de 1000 rublos. A Nashi também formou um esquadrão para, com a cooperação da polícia, destruir os anúncios de uma reunião da ASSP contra a comercialização da educação.
De acordo com os companheiros russos, não há dúvida de que a repressão contra os dissidentes dentro da universidade vai continuar, da mesma forma que continuará a luta contra a comercialização da educação e contra os lacaios do sistema universitário.