A intensificação da revolta social nos Balcãs é uma das fracturas que se estão a verificar no sistema global capitalista. Há alguns anos atrás, começou na Grécia uma nova fase de conflito entre os trabalhadores e a classe dominante – revoltas em massa, protestos e greves gerais. A classe operária da Eslovénia foi a seguinte a sair às ruas. Seguiu-se o povo da Turquia , com protestos de mais de um milhão de manifestantes. Depois, os protestos dos trabalhadores da Bulgária e da Roménia ameaçaram os sistemas desses países. Mais recentemente, uma revolta explodiu na Bósnia Herzegovina, a área dos Balcãs em que as fracturas no sistema e a sua podridão são mais visíveis.
A actual BósniaHerzegovina (BH) – o local onde se deu o capítulo mais sangrento na dissolução da Iugoslávia – é uma criação colonial monstruosa, formada de maneira a melhor servir os interesses das forças imperialistas e dos criminosos nacionalistas locais. Este Estado foi criado com o objectivo de servir os interesses dos ricos e a única coisa que o povo tem garantida é a contínua catástrofe – o despedimento de trabalhadores, de todas as nacionalidades, e o roubo dos seus bens. Durante anos eles estiveram cegos pelo nacionalismo alimentado pelos imperialistas, pelos capitalistas, e pelos clérigos de todos os credos, pelos magnatas, pelos seus meios de comunicação e pelos seus apaniguados. Não é surpresa que essas longas e escuras décadas de repressão tenham produzido esta resposta excepcionalmente feroz. Agora não resta qualquer dúvida de que as classes trabalhadoras da BH perceberam, mais uma vez, quem é que é o verdadeiro inimigo.