A propósito da GRÉCIA …
PARA ALÉM DO
DESESPERO: A INDIGNAÇÃO, A REVOLTA E A AUTO-ORGANIZAÇÃO
POPULAR (o papel do ANARQUISMO e do
ANARCO-SINDICALISMO)
As dívidas que os governos e o Estado português
contraíram em nome do povo – mesmo daquela parte que não votou em nenhum deles
– serviram e continuam a servir sobretudo para salvar da “crise” os BANCOS que
a criaram e para garantir a continuação dos privilégios, luxos e tachos para governantes, políticos
profissionais e demais “representantes” .
E o que tem a
grande maioria da população?... Tem mais POBREZA, mais DESEMPREGO, menos
DIREITOS, PIOR SAÚDE, PIOR “SEGURANÇA SOCIAL”, mais (IN)”Justiça”, MAIS CORTES
nos “apoios sociais”( subsídios de desemprego, reformas, RSI, e os salários
mais baixos da Europa…
E o que têm
tido as cáfilas de governantes, de candidatos a governos, de “secretários de
Estado” a diretores dos vários serviços do Estado e grandes gestores privados,
de presidentes da república a presidentes de várias instituições privadas e
“públicas”?... A ESSES NÃO CHEGA A AUSTERIDADE nem reduções nas suas contas
bancárias chorudas, nos bancos daqui …ou da Suíça…
Perante estas atuais e bem visíveis DESIGUALDADES
aqui, o facto de na Grécia um pequeno partido como o Syriza - que acabou por
ser votado pela grande maioria do povo grego - se propor dar a volta ao texto
na situação das “dívidas” do Estado grego ao FMI, ao Banco europeu e às
imposições da 1ª ministra alemã Merkel, não pode deixar de gerar a nossa
simpatia pelo povo grego .
E pelo governo do Syriza?... Nisto não deveremos esquecer que na origem da
vitória do Syriza está sobretudo, o grande movimento popular –social, laboral,
ecológico - que nos últimos 10 anos não
tem parado de se desenvolver nos bairros populares, em locais de trabalho (incluindo
HOSPITAIS, alguns deles AUTOGERIDOS e com apoio ativo de anarquistas gregos).
Podemos dizer que o voto no Syriza pela maioria da população grega explorada e
farta da “austeridade” imposta pela Troika e pelos vários governos, foi uma última aposta em políticos
“representativos” mas que ousaram ir além dos anteriores e se apoiaram nas
aspirações de todo um movimento popular de base. O que se seguirá …a ver vamos!
E EM
PORTUGAL?...
Aqui, nem existe o Syriza, nem o BE é o Syriza – nem
sequer o “Podemos” espanhol – nem há QUALQUER PARTIDO que possa desempenhar
aquele papel… No fundo o medo dos governantes como Passos Coelho, Portas,
Cavaco e outros é que aquilo que serviu de base ao Syriza – o forte movimento
popular de base – se venha a reproduzir por “contágio” também aqui!...