quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Missão (Sorriso) Continente… Belmiro Fica Bem Contente!

Acção da AIT-SP Lisboa em Entre Campos, no supermercado continente e na estação de comboios.

Todos os anos chega a época natalícia e é sempre o mesmo teatro na sociedade portuguesa, antes com a parceria da TVI e agora da emissora pública RTP, antes sob o nome Missão Sorriso, agora Missão Continente.

Num esquema tremendamente comercial sob a máscara da caridadezinha e da ajuda às criancinhas, incentiva-se o consumidor a comprar mais e a doar uns euros para ser bom cidadão.

Porém onde fica a cidadania e consciência do detentor da 3ª maior fortuna em Portugal quando a cada ano enriquece mais à custa da exploração dos trabalhadores, e acelera a destruição do nosso planeta com o seu incentivo ao consumismo exacerbado? Porque não faz ele mesmo doação direta para as boas causas? Não é uma boa causa se não der para lucrar com ela, óbvio.

O capitalista não pode acabar com os pobrezinhos que usa para lavar periodicamente a sua imagem. Não caia nestas palhaçadas…

O Núcleo de Lisboa da AIT-SP deseja um “Bom dia” ao Continente…


quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Solidariedade com Ali e todas as vítimas do Estado e do terror religioso

Desde 13 de Novembro, a França está em "estado de emergência", durante o qual os protestos foram criminalizados e muitas pessoas foram detidas e sujeitas a prisão domiciliária. Uma deles é o nosso companheiro Ali da CNT- AIT, que foi colocado sob prisão domiciliar às 3:30 da madrugada de 28 de Novembro.

A partir da Associação Internacional dos Trabalhadores, nós denunciamos fortemente as acções do Estado. Lembramos que são diferentes estados e fanáticos religiosos que estão lutando uns contra os outros para ganhar o controlo sobre as pessoas e dividi-las. Todos nós somos potenciais vítimas. Devemos unir-nos e derrubar os tiranos - todos os existentes e todos aqueles que o desejam ser.

Abaixo o estado de emergência e viva a revolta internacional!

Secretariado da Associação Internacional dos Trabalhadores


__________________________________________________

Solidarity with Ali and All Victims of State and Religious Terror

Since November 13, France has been in a „state of emergency”, during which protest has been criminalized and many have been arrested and subject to house arrest. One of them is our comrade Ali from the CNT-AlT, who was put under house arrest at 3:30 AM on November 28.

From the lWA, we roundly denounce the actions of the state. We remind that it is different states and religious zealots who are battling against each other to gain control over people and divide them. All of us are potential victims. We must unite and bring down the tyrants – all those existing and all those who wish to be.

Down with the state of emergency and long live international insurgency!

IWA's secretariat

http://iwa-ait.org/content/solidarity-ali-and-all-victims-state-and-religious-terror

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

PEDAGOGIA LIBERTÁRIA, EDUCAÇÃO POPULAR E ANARQUISMO*

Ao abordar  o tema PEDAGOGIA (ou PEDAGOGIAS) LIBERTÁRIA não podemos  deixar de o ligar à sua génese ANARQUISTA e à figura de Ferrer Guardia e à sua ligação ao movimento anarco-sindicalista do  início do século 20.  Mais do que qualquer outra, a ideia de uma escola moderna, e de  uma educação baseada no racionalismo e na desmontagem de todas as superstições religiosas sociais e políticas, a iniciativa de Ferrer  Guardia ia a par do desenvolvimento de um proletariado combativo e organizado contra a exploração capitalista e a opressão do Estado – e tinha como alvo a educação integral das crianças filhas do proletariado, fora das mordaças das igrejas e dos poderes do Estado e do Capital. E foi por isso, no seguimento dos grandes levantamentos operários e populares, sobretudo na Catalunha, que Ferrer Guardia foi condenado à morte e fuzilado, aliás, no mesmo ano (1906) em que é criada a anarco-sindicalista CNT – Confederación Nacional del  Trabajo. À monarquia  espanhola e aos privilegiados latifundiários e senhores da indústria, não convinha uma escola que ensinasse aos proletários e seus filhos, que não é no “Céu”, depois de mortos, que há que alcançar qualquer “paraíso” mas sim aqui na Terra, onde as desigualdades, as opressões , as injustiças existem…-e que há que lhes pôr fim.

Com efeito, nesse período, não apenas em Espanha mas em muitos outros países –e em Portugal também – o desenvolvimento do movimento anarquista e das organizações operárias, como os sindicatos revolucionários (UON primeiro e CGT mais tarde), associações populares, cooperativas, ia a par da criação de escolas operárias nesses organismos de base, de círculos de estudos sociais, de grupos de alfabetização, dos quais, os principais centros industriais  como o Porto, Lisboa, Setúbal , foram férteis. Nesse mesmo período, em Inglaterra foi criada a “Pleb´s League”, a Liga dos Plebeus, com o objectivo expresso de cultivar e instruir o proletariado inglês daquele tempo, a braços com a exploração infame a que a “democrática” burguesia britânica o submetia, com jornadas de trabalho de sol a sol, com trabalho infantil, com aviltantes e terríveis condições de trabalho…

A par do desenvolvimento das lutas sociais foram-se sempre desenvolvendo entre os meios laborais experiências de (auto-)educação popular, desde as experiências da escola de Goulai-Poulai, na Ucrânia, animada por Tolstoi em meados do século 19, à Alemanha dos anos 20 com as Comunas Infantis em Berlim e Hamburgo, ligadas ao desenvolvimento da FAU-D (Freie Arbeiter  Union – Deutschland , secção alemã da AIT ) como de resto, na mesma época, em Inglaterra, na Suiça, na Itália, na França, na Áustria e na Holanda, e nada disso está separado de movimentos operários – que tentam contrabalançar o crescendo nacionalista, fascista e nazi.

Seguir-se-ão as experiências  de redes de educação popular , durante a ocupação nazi da França, animadas pelo autodidata Freinet, e mais tarde, a alfabetização e educação popular nas favelas brasileiras, impulsionadas através das ideias da Pedagogia do Oprimido, de Paulo Freire, às escolas dos “assentos” dos Sem Terra, nas ocupações de terras do Brasil e nas ocupações no México do ZPLN e dos Magonistas.
Algumas destas experiências decerto que escapam por vezes à classificação de LIBERTÁRIAS  no sentido ideológico do termo, mas abrem brechas na chamada “educação institucional”- sempre tendente a formatar crianças e adultos nos “valores” dominantes ( a competição, o afastamento da lutas sociais, o egoísmo social, etc.).

Algo profundamente ligado ao conceito de EDUCAÇÃO LIBERTÁRIA é o AUTO-DIDATISMO organizado,  e as várias experiências surgidas na Suécia  (O. Olssen) e na Alemanha após a II Guerra Mundial e durante os anos 60 e 80: os Círculos de Estudos, organizados pelas próprias pessoas interessadas num dado tema e que tanto serviriam para apreender  em pequeno grupo uma qualquer técnica como para conhecer uma qualquer obra literária. Um seu desenvolvimento na  Berlim “alternativa” dos anos 80  foram também as “Bolsas de Aprendizagem” (Lernen Boerse),  orientadas segundo uma “velha” máxima  de B.Brecht, que dizia que “se o que não sabe é um ignorante, o que sabe e não passa aos demais aquilo que sabe é um criminoso”…

Muitos outros exemplos se poderão dar ainda de movimentos activos de educação e pedagogia libertária e educação popular no mundo inteiro. Também hoje, aqui e agora , frente à “crise” que banqueiros e governantes impõem que seja a maior parte da população pauperizada a pagar, frente ao aumento do ”intox” oficial (consome, consome, “empreendedorismo”,  lixa-o-parceiro-do-lado-para-
teres suce$$o, etc, etc…) nos tentam a todas e todos fazer aceitar as soluções vindas do alto da burra ou do alto do Estado.  E enquanto nos preocupamos com que nós e os nossos filhos possamos ter o último modelo de “té-lé-lé”, ELE$, os de cima e os de sempre, vão-nos roubando o tempo e a vida! É tempo de os recuperarmos! É tempo de ler mais e ver menos TV!  
 
É tempo de criarmos entre nós CIRCULOS DE ESTUDOS LIBERTÁRIOS, GRUPOS DE AR LIVRE E AVENTURA COM OS MAIS NOVOS – a par de todas as iniciativas populares e laborais com que possamos “meter o pauzinho nas engrenagens que nos apertam”…

Por nós, tentamos dar alguma ajuda nesse sentido.
 
*Texto de Zé P. (militante anarco-sindicalista)
Dez.2015

Círculo de Estudos Sociais Libertários – c/ Sindicato de Ofícios Vários da A.I.T.-SP, Porto
Contactos: <sovaitporto@gmail.com>       967694816

Grupos de Ar livre e Aventura (eco-escotismo livre) da Terra Viva!

Biblioteca/infoteca Social e Ecológica- c/TERRA VIVA! Associação de Ecologia Social
Contactos:  <terraviva@aeiou.pt>        223324001  961449268                                                                 n/blogue :   terravivaporto.blogspot.com