Se alguém tinha dúvidas esperamos que já não existam: os políticos mentem-nos. Na nossa cara chamam-nos de piegas, pelas nossas costas aprovam leis que nos proíbem de pedir reforma antecipada. Mentem-nos quando falam que os subsídios de férias e natal voltariam em 2014. Mentem-nos, da esquerda à direita. E continuam a encher os seus bolsos com dinheiro que deixa “buracos financeiros” que têm de ser cobertos com o nosso suor e sangue.
Entretanto, as centrais sindicais negoceiam com os inimigos de que forma é menos dolorosa morrer: que nos matem à fome devagarinho, ou se a polícia deveria disparar directamente na cabeça a todos os que não respeitam o seu monopólio “revolucionário”.
Quando lemos os jornais, ficamos com a sensação que a rua está cheia de ladrões encapuçados que se passeiam livremente enquanto nos roubam e violam. Mas a realidade é que esses mesmos jornais pertencem aos verdadeiros ladrões que, esses sim, se passeiam por aí de fato e gravata impunemente e usam os polícias, pagos com o nosso dinheiro, para impor o medo e o terror entre os que se revoltam contra a sua ditadura democrática.
Para o cenário ficar completo - quando nem a fome, nem a polícia, nem as mentiras dos jornais nos conseguem controlar - entram em serviço os fascistas, outros mercenários assassinos que, com os seus discursos nacionalistas, patrióticos e racistas, tentam camuflar a realidade apontando os seus dedos ensanguentados na direcção dos imigrantes, como se eles fossem os culpados desta crise... ridículo...
É por tudo isto, e muito mais, que é cada vez mais fundamental sair à rua, para protestar, para agir, para avançarmos. Este 1º de Maio voltaremos a fazê-lo, pois o contrário seria pactuar com a repressão e aceitar o medo.