A intervenção “humanitária” dos estados da NATO na Líbia com o propósito principal de dar apoio militar a um dos lados em confronto numa guerra civil local, provou mais uma vez que não há “revoluções”no Norte de África e no Médio Oriente, o que há é uma obstinada e amarga luta pelo poder, por lucros, por influência e controlo sobre os recursos petrolíferos e áreas estratégicas.
O profundo descontentamento e protestos sócio-económicos das massas trabalhadoras da região gerados pela crise económica global (ataques às condições de vida dos trabalhadores, aumento do desemprego e da pobreza, alargamento do trabalho temporário) são usados pelos grupos políticos de oposição para organizar golpes, derrubando a tirania de ditadores senis e corruptos e ocupando os seus lugares. Mobilizando os desempregados, os trabalhadores, os pobres, como carne para canhão, facções descontentes da classe dirigente desviam-nos das suas reivindicações sociais e económicas, prometendo-lhes “democracia” e “mudança”. Mas de facto aquele bloco multicolor de “recuperados” da elite dirigente, liberais e fundamentalistas religiosos, não trarão aos trabalhadores quaisquer melhorias.