Ontem, 12 de Junho, o Bairro 6 de Maio ficou chocado com a notícia da Morte de Musso, jovem negro de 15 anos de idade. Uma pancada na cabeça é a causa da morte. Segundo os familiares há um mês atrás ele foi levado para a Esquadra da Reboleira e foi torturado pelos agentes policiais. Regressou a casa a queixar-se de uma forte dor de cabeça e contou a família que a polícia o tinha torturado. Dali, foi conduzido para os Serviços de Emergência do Hospital de Santa Maria. Ficou internado, durante uns dias, depois foi mandado para casa. Contudo, as dores não cessaram. O jovem continuou a queixar das dores e foi, de novo, encaminhado para o Hospital. Desta vez, para o Hospital da Amadora Sintra. Ficou internado durante mais uns dias e ontem veio a falecer devido a uma lesão que acabou por rebentar-lhe uma veia cerebral.
Há cerca de 8 anos, no mesmo Bairro, o jovem Teti , também de 15 anos de idade, morreu da mesma forma. Já vai em 15 o número de jovens, negros e pobres , que morrem nas mãos da polícia Portuguesa e nunca há uma condenação. Recentemente, o agente que, em 2009, matou Élson Sanches “Kuku”, jovem negro de 14 anos, foi absolvido da acusação de homicídio por negligência. Segundo a polícia científica, a arma foi disparada a 15 cm de distância da cabeça do jovem Élson nao ficando no nosso e no entender de qualquer pessoa decente, duvidas nenhumas de que se tratou duma execução. Esta absolvição foi mais uma carta branca para que a policia continue a matar impunemente, e com o aval da sociedade portuguesa, jovens negros e outros pobres.
A violência policial é a forma da violência mais visível que o governo português tem lançado sobre a comunidade negra em onsonância com o Racismo Institucional e o terrorismo laboral. As mortes são os casos mais extremos da violência policial que, diariamente, são perpetrados nos nossos bairros. Já que a polícia faz o que quer nos nossos Bairros – em vez de garantir a segurança gera insegurança – e nunca é responsabilizada por aquilo que faz cabe à nossa própria comunidade auto-organizar-se e criar as condições para se defender da bestialidade policial e de outros afrontamentos.
Sem Justiça Não Há Paz
Plataforma Ghetto