Há duas vias diferentes frente à ameaça de encerramento das empresas:
Em 2004, as cerca de 90 trabalhadoras da fábrica de confeções “Afonsinho”, em Arcos de Valdevez, perante a ameaça dos patrões alemães de deslocalização da fábrica para outro país de mão de obra mais barata, ocuparam a fábrica não deixando sair nem mercadoria nem maquinaria e matérias primas, trabalharam em autogestão durante seis meses e passado quatro anos recuperaram a empresa.
Também desde há vários anos, em países como a Argentina e o Brasil, as experiências de autogestão pelos próprios trabalhadores de empresas, ameaçadas de encerramento pelos patrões, se sucedem (“Disco d’Oro” e outras). Em Espanha a CNT (confederação sindical anarco-sindicalista) juntamente com o criado Instituto de Ciências Económicas e da Autogestão , apoia as tentativas de alargamento das experiências deste tipo frente à onda de encerramentos fraudulentos de empresas pelo patronato.
Em Março passado trabalhadores da empresa Cerâmica de Valadares, em Gaia, ocuparam a empresa contra os salários em atraso pela entidade patronal. Com essa ocupação conseguiram na altura que a maior parte dos salários fossem pagos pelos patrões, suspenderam a ocupação e retomaram o trabalho. Pouco tempo depois o patronato decretou o Lay-off e hoje estão em casa sem trabalho.
Também a maioria dos trabalhadores ameaçados de encerramento das empresas têm sido aconselhados pelos sindicatos oficiais a contentarem-se em garantir os subsídios de desemprego. Efetivamente isso é o mínimo a fazer para garantir que os trabalhadores não morram de fome… Mas, frente ao aumento diário do desemprego, será isso a solução?... Devem @s trabalhadoras/es contentar-se em ver o patronato calmamente desmontar as empresas, retirar maquinarias e matérias primas, roubando assim o ganha pão a quem vive do trabalho, ou deverão @s trabalhadoras/es impedi-lo, seguindo os exemplos acima?...Claro que haverão sempre umas “almas caridosas” a advertirem-nos para a “ilegalidade” de tais soluções … Mas…e o crime (“legal” ou não) de condenar à fome e à miséria @s trabalhadoras/es e as suas famílias?...Aceita-se?...Fica impune?... Que fazer então?...
Em cada caso deverão ser @s própri@s trabalhadoras/es envolvid@s a decidi-lo e ninguém mais!
Connosco e com muitos mais, inclusive a nível internacional, poderão contar, não se resignando a aceitar as migalhas do resultado do seu trabalho – que é aquilo que patrões e Estado sempre estão dispostos a “dar” para “compensar” os seus roubos às classes trabalhadoras…
Fecho de empresas não! Autogestão! Tomemos aquilo que é nosso! Não nos resignemos!
Unid@s e auto-organizad@s nós damos-lhe$ a “crise”!
AIT-SP (Associação Internacional dxs Trabalhadores/as – Secção Portuguesa )
SOV - Sindicato de Ofícios Vários- PORTO
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