Lutar, protestar, fazer greve são reacções normais e positivas contra um sistema injusto e opressivo. A nossa solidariedade está com os trabalhadores e contra todos aqueles que os exploram, governam e confundem, tomando o poder e o controlo das questões que realmente afectam as suas vidas. Não obstante, é difícil não nos darmos conta que estes protestos se resumem a uma luta de poder entre diferentes grupos da burguesia, governantes e aspirantes a governantes, que não vão trazer qualquer benefício às pessoas, mas apenas mudar o nome das camarilhas que governam com o único objectivo de dirigir as vantagens de estar no governo para novos bolsos.
Denunciamos rotundamente a repressão e a violência utilizadas, mas fica claro que não podemos apoiar nenhum dos principais interesses de poder. Estamos igualmente contra o regime repressivo de Yanukovich e contra as principais tendências da “oposição”, que vão desde os euro-entusiastas, que acreditam inocentemente nos mitos neo-liberais, até aos nacionalistas e inclusive grupos fascistóides.
Os governos da União Europeia, apresentados como um tipo de “solução” por parte de alguns ucranianos, podem ser tão repressivos como o de Yanukovich e, como sabem os trabalhadores desses países, não é nada que dê garantias dum nível de vida melhor. Muitas das suas realidade são exactamente o contrário.
O que faz falta é um movimento que combata, ao mesmo tempo, as duas causas principais da miséria e da repressão: o estado e o capital. Fazemos um apelo a todos os trabalhadores e organizações libertárias da Ucrânia para que não se deixem utilizar como peões nem como idiotas úteis pelas principais facções, que convoquem assembleias de massas e criem palavras de ordem e objectivos alternativos para as suas lutas.
Viva a luta até à revolução social libertária!
Secretariado da Associação Internacional de Trabalhadores
Varsóvia, 26 de Janeiro de 2014.
Comunicado do Secretariado da AIT, tradução do Portal Anarquista