sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Àcerca do "Ano Europeu contra a Pobreza"

CONTRA AS DESIGUALDADES SOCIAIS CONTRA O CAPITALISMO E O ESTADO – RESISTAMOS!!!
                            
Assinalou-se hipocritamente o ano de 2010 como “ano europeu de combate  à pobreza  e à exclusão social”... Dever-se- ia antes assinalá-lo como ano do AUMENTO das DESIGUALDADES, do AUMENTO DA DOMINAÇÃO, DA MENTIRA E  DA EXPLORAÇÃO DAS PESSOAS E DO PLANETA – factores ESSES que geram a pobreza!… Falamos da gritante desigualdade entre uma minoria de privilegiados e a imensa maioria dos pobres ou em vias de pobreza. Falamos das desigualdades entre países ricos e países pobres  – por exemplo, os do hemisfério Sul – MAS, SOBRETUDO, falamos das desigualdades  em TODOS os países e Estados, entre a elite de privilegiados e os próprios povos, a quem as “ajudas económicas” dos “grandes” (FMI, BANCO MUNDIAL, etc.) nunca chegam – embora cheguem sempre os efeitos  das dívidas que os próprios governos fazem recair sobre o “seu” povo… Falamos, enfim,  de todas as relações de DOMINAÇÃO entre governantes e governad@s, e de EXPLORAÇÃO desenfreada, tanto das pessoas como do planeta Terra, por uma minoria de gestores e políticos no topo das máquinas financeiras, das grandes empresas multinacionais e dos aparelhos de Estado…
                                                         
 Os mesmos que nos enchem os ouvidos com discursos de “paz social”, "concertação”, “consenso” e “coesão social” tentam convencer a opinião pública de que tudo isso é possível com as actuais gritantes DESIGUALDADES SOCIAIS… Deveremos então entender esses apelos à “coesão social” como apelos ao SILÊNCIO, à MORDAÇA, à DOMESTICAÇÃO e ao CONFORMISMO com as desigualdades, de todos aqueles que mais sentem  e ressentem  as “crises” dos tempos presentes (reajam já contra elas ou ainda não)… Tais  apelos, vindos dos poderes, equivalem à “PAX” do  Império Romano, a “paz” imposta à custa da espada e do chicote sobre @s dominad@s…
  
Deveríamos ter todos a coragem do representante do México numa recente reunião dos “grandes” da Europa, da América e do FMI , ao fazer a contabilidade entre as “dívidas” dos juros dos “empréstimos” do FMI por parte daquele país e as verdadeiras DÍVIDAS HISTÓRICAS das pilhagens de recursos, dos genocídios, da destruição e aniquilação cultural,  dos massacres, da exploração colonial feita pelos Estados dos países “descobridores” e “civilizadores” desde há, pelo menos, 500 anos…  Em termos de EXPLORAÇÃO, ESCRAVIZAÇÃO, DOMINAÇÃO e MASSACRES (“legais” como as doenças profissionais e os “naturais” acidentes de trabalho), @S trabalhadoras/es das cidades e dos campos e os actualmente milhões desempregad@s e sub-empregad@s também têm um enorme “rosário” de “reparações” a receber, se contarmos as autênticas pilhagens, etnocídios,  ecocídios  e escravização, assalariada ou não, que estão nas origens do aparecimento do CAPITALISMO,  há mais de 200 anos, e na sua manutenção sob diversas aparências – capitalismo privado, capitalismo de Estado, etc …   Nem todos os “direitos humanos” e “direitos do cidadão” (promulgados pelos governantes de todos os matizes - como resultado das lutas  d@s  explorad@s e dos receios que elas causam aos poderes) mesmo que fossem escrupulosamente seguidos, chegariam para pagar e apagar, as dívidas da exploração do trabalho escravo e servil e de mais-valias e que durante vários séculos e até à actualidade garantiram e garantem os luxos e privilégios, primeiro de nobres e do clero, e depois, de patrões, gestores privados, estatais  e governantes…

Convictos de que em todas as instituições, as mais diversas, há pessoas com sentido crítico relativamente à realidade social – local, regional e global – e com alguma boa vontade relativamente às possibilidades de transformação desta mesma realidade – e que elas constituem, de facto,  factores de rotura, protesto e revolta –  não podemos nem deveremos, no entanto ,deixar de estar atentos a “cantos da sereia” que visam enquadrar  o nosso próprio espírito crítico e actuação transformadora diária nos limites do Estado, dos seus partidos e dessa “realidade social realmente existente” – ou seja, que visam calar-nos, sedar-nos, anular-nos. E calar e anular também a voz de tod@s @s “excluíd@s” e críticos do actual sistema social.

QUEREMOS ACABAR COM A POBREZA?? COMBATAMOS A EXPLORAÇÃO E AS GRITANTES DESIGUALDADES SOCIAIS!... ACABEMOS  COM OS PRIVILÉGIOS DE ALGUNS E COM  OS ESCANDALOSOS GANHOS E GASTOS DOS PRIVILEGIADOS DO TOPO DAS MÁQUINAS FINANCEIRAS, EMPRESARIAIS E POLÍTICAS (incluamos aqui as MILITARES), que só por si dariam,  isso sim, para ELIMINAR  A MISÉRIA E A ESCASSEZ DA MAIORIA  DA POPULAÇÃO, NUM MUNDO E NUM PAÍS ONDE O QUE ALGUNS TÊM A MAIS, TEM A MAIORIA DA POPULAÇÃO A MENOS: a chamada “QUALIDADE DE VIDA”- a vários níveis!

Como possíveis medidas práticas concretas para alterar esta situação, no ACTUAL CONTEXTO DA “CRISE” (que nos teimam fazer pagar…), PROPORÍAMOS a toda a chamada “sociedade civil”, nomeadamente a grupos, movimentos, associações e pessoas que ainda conservam algum espírito crítico, a sua automobilização em torno dos seguintes objectivos imediatos:
-1- PUBLICITAÇÃO ALARGADA (NAS PAREDES e não só na NET…) de ganhos e contas bancárias de GESTORES FINANCEIROS E EMPRESARIAIS, DETENTORES DE ALTOS CARGOS PÚBLICOS E PRIVADOS, de GOVERNANTES (centrais e locais), de DIRIGENTES DE  PARTIDOS e de “ONG.s” e de GESTORES DE GRANDES INSTITUIÇÕES PARTICULARES DE SOLIDARIEDADE SOCIAL (IPSS.s), DE IGREJAS e de SEITAS (OPUS DEI, MAÇONARIA, etc.);
-2- AUMENTO DOS IMPOSTOS SOBRE AS GRANDES FORTUNAS, CONTROLO E DENÚNCIA DA FUGA AOS IMPOSTOS DAS GRANDES EMPRESAS E SUA UTILIZAÇÃO NO AUMENTO DOS FUNDOS DE APOIOS SOCIAIS QUE ESTÃO A SER CORTADOS;
-3- Constituição de COMISSÕES CÍVICAS/POPULARES DE FISCALIZAÇÃO, destacadas ASSEMBLEIAS POPULARES LOCAIS, compostas por elementos membros ou não de ASSOCIAÇÕES LOCAIS, MOVIMENTOS CÍVICOS, SINDICATOS, etc., LIGADOS AOS SEGMENTOS  CARENCIADOS DA POPULAÇÃO E ABRANGENDO AS ZONAS DAS GRANDES CIDADES E DO INTERIOR, COM MAIOR  POBREZA E “EXCLUSÃO SOCIAL”,  com os seguintes OBJECTIVOS:
a) Publicitação à opinião pública das contas bancárias e bens acumulados por quem ocupa cargos de gestão superior e intermédia, tanto ao nível público como privado;
b) publicitação à opinião pública de casos de TRATAMENTO DESAQUADO, DISCRIMINATÓRIO, BUROCRÁTICO, AUTORITÁRIO, NÃO ESCLARECEDOR, ELITISTA, ARROGANTE, LESIVO DA DIGNIDADE PESSOAL, DESPROPORCIONADO, IRRESPONSÁVEL, NÃO-ASSERTIVO, em
instituições públicas ou privadas que prestam serviços públicos  profissionais de apoio e acompanhamento social e médico ou sanitário (sobretudo a desempregad@s, precári@s, beneficiári@s do RSI, reformad@s, imigrantes pobres, trabalhadores de mais baixos rendimentos mensais, famílias destruturadas, moradores em zonas mais degradadas e pobres);
  c) fiscalização das CONDIÇÕES AMBIENTAIS E DE HIGIENE E SEGURANÇA no TRABALHO, na  HABITAÇÃO (e na RUA - para quem nela ainda habita…), denunciando à opinião pública e tentando mobilizá-la em CAMPANHAS POPULARES ALARGADAS contra os autênticos CRIMES perpetrados nestes dois terrenos :  Condições de trabalho e Condições habitacionais;
  d) CAMPANHAS DE INFORMAÇÃO E SENSIBILIZAÇÃO no sentido de TODOS conhecerem melhor os seus DIREITOS ADQUIRIDOS (como tais e não como ESMOLAS dadas pelos poderes públicos e privados!) e de MELHORAR O SEU RELACIONAMENTO com os técnicos das instituições que lhes prestam ou podem prestar apoio, no sentido de também os mobilizarem para a causa comum: COMBATER A POBREZA COMBATENDO AS SUAS ORIGENS E NÃO FAZER “COSMÉTICA SOCIAL” !
-4- Fortalecimento dos sectores de ECONOMIA SOCIAL  e AMBIENTAL, formal ou informal, animando e mobilizando iniciativas locais e comunitárias de auto-emprego, auto-gestão e auto-subsistência, abrangendo  desempregad@s e precári@s – nomeadamente em iniciativas bio-agrícolas urbanas e rurais, transformação de subprodutos reciclados, serviços de eco-turismo e turismo social e cultural, animação sociocultural de rua, serviços de apoio mútuo e solidário... 

SIM, PROPORÍAMOS tudo isto a esta REPÚBLICA DE BARÕES DA FORTUNA… SE não soubéssemos que:
1- A maioria das grandes instituições ditas de “solidariedade social” VIVEM À CUSTA DA POBREZA e dos subsídios públicos ou privados e por isso NÃO PODEM ESTAR INTERESSADAS SENÃO EM IR PONDO UNS PENSOS NAS FERIDAS SOCIAIS EM VEZ DE AGIR SOBRE AS SUAS CAUSAS, funcionando realmente como EMPRESAS que LUCRAM com as  necessidades das pessoas mais carenciadas: ACABASSE A POBREZA E ACABAVAM-SE-LHES OS “TACHOS”!!!
2- Sendo parte, de uma forma ou de outra, de uma estratégia do próprio Poder para “acalmar”os mais necessitados de forma a que estes “não saltem ao seu pescoço”, nunca os gestores de tais instituições estarão alguma vez interessados em COMBATER OS PRIVILÉGIOS E ENRIQUECIMENTO  DE  GRANDES GESTORES FINANCEIROS E EMPRESARIAIS, GOVERNANTES E POLÍTICOS;
3- A MAIORIA DESTAS INSTITUIÇÕES, sobretudo as maiores, exploram indecentemente os “seus” próprios trabalhadores (técnicos ou não) reproduzindo inclusive, nas relações laborais internas, a própria pobreza que dizem querer combater (baixos salários, vínculos precários e uso e abuso de “voluntariado” em funções que poderiam constituir postos de trabalho);

Dirão alguns: “Mas às pessoas que têm fome - quem lhes dá de comer? Às pessoas que não têm tecto - quem lhes dá abrigo? Às pessoas fragilizadas por patologias (álcool, drogas, etc…) - quem as apoia e encaminha?”…
 NÓS DIZEMOS:  NADA TEMOS CONTRA ESTES URGENTES E NECESSÁRIOS APOIOS – QUE SÃO DIREITOS CONQUISTADOS E NÃO ESMOLAS! Temos sim CONTRA é que à sua custa tantos e tantos gestores se encham - E CONTRA, TAMBÉM, QUE TANTAS VEZES ESSES APOIOS SEJAM DADOS COMO ESMOLAS E SEM QUALQUER TENTATIVA DE AGIR CONJUNTAMENTE CONTRA AS CAUSAS SOCIAIS E POLÍTICAS DA POBREZA.  É QUE, NESTA ACTUAL “SOCIEDADE DE CONSUMO”, NÃO FALTAM OS SUPER E HIPERMERCADOS CHEIOS DE COMIDA E AS CASAS DESABITADAS para  ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA (e algumas ditas bem conhecidas “IPSS”são as suas maiores proprietárias!...).
“O  DESEMPREGO é factor de pobreza”? FAÇAMOS CAMPANHA PELA REDUÇÃO DA SEMANA DE TRABALHO – por exemplo SEMANA DE 30 HORAS SEM DIMINUIÇÃO SALARIAL! - e pelo FIM DA PRÁTICA USUAL DE RECURSO AO TEMPO DE TRABALHO “EXTRAORDINÁRIO”. Isso permitiria criar mais postos de trabalho! NÃO É POSSÍVEL REDUZIR OU ACABAR COM A POBREZA DE UNS SEM REDUZIR OU ACABAR COM A RIQUEZA DE OUTROS!

E para isto, temos a consciência que NEM ESTE NEM NENHUM GOVERNO SÃO A SOLUÇÃO! NÃO BASTA QUE “AS MOSCAS MUDEM”! JÁ BASTA DE PORQUINHOS (… ) “ALGUNS MAIS IGUAIS QUE OS OUTROS”!

PARA ESTA LUTA CONTEM CONNOSCO! A RESISTÊNCIA POPULAR e a NECESSÁRIA REVOLUÇÃO SOCIAL para o FIM DESTE SISTEMA DE DOMINAÇÃO E EXPLORAÇÃO, POR UMA SOCIEDADE SEM EXPLORADORES NEM EXPLORADOS, SEM DOMINANTES NEM DOMINAD@S! ESTE É UM PROCESSO QUE SE INICIOU HÁ MUITO E QUE NÃO PÁRA, QUE CONTINUA A PARTIR DO MOMENTO EM QUE NOS ORGANIZAMOS PARA RESISTIR AO QUE NOS TOLHE A VIDA!  OS PODEROSOS NADA NOS DÃO NUMA BANDEJA …QUE NÃO NOS POSSAM TIRAR A SEGUIR! CONTRA OS PODERES RESISTÊNCIA POPULAR!  SEJAMOS CONTRA-PODER!

CONTRA A POBREZA E AS SUAS CAUSAS ORGANIZA-TE CONNOSCO NO

SOV-Sindicato de Ofícios Vários da   
AIT-SP - Associação Internacional d@s Trabalhadoras/es - Secção Portuguesa
(ANARCO-SINDICALISTA)

SEM DIRIGENTES PAGOS – SEM DIRECÇÃO DE PARTIDOS – DE APOIO MÚTUO - DE LUTA DE ACÇÃO DIRECTA – ANTICAPITALISTA  –   INTERNACIONAL  - SEM SUBSÍDIOS ESTATAIS –   DE DECISÕES EM ASSEMBLEIAS DE ASSOCIAD@S – CULTURAL - FORMATIVO

ASSOCIA-TE! ORGANIZA-TE ! DEFENDE-TE (mesmo que já faças parte doutro sindicato) 

CONTACTOS: 223324001 (PF)