domingo, 22 de novembro de 2009

Solidariedade com Amadeu Casellas em Lisboa

No passado dia 12 de Novembro, em solidariedade com o preso anarquista Amadeu Casellas, mais de 400 comunicados foram distribuídos à porta do cinema S. Jorge, em Lisboa,  na sessão inaugural do Ciclo de Cinema Espanhol, organizado pela Embaixada de Espanha.


Panfleto distribuído:
 
Liberdade Imediata para Amadeu Casellas!

Amadeu Casellas Ramon é um militante anarquista espanhol encarcerado há mais de 23 anos por ter tomado parte numa série de assaltos a bancos com o objectivo de financiar lutas anarquistas e operárias na Espanha dos anos 70.

Por denunciar os abusos que ocorrem quotidianamente no interior do sistema prisional espanhol, e que incluem corrupção, violência sobre prisioneiros, mortes em situações pouco claras, assim como casos de tortura, Amadeu, que pertenceu, nos anos 80, à COPEL (Coordenadora de Presos em Luta), tem sido alvo de uma repressão adicional por parte do sistema carcerário, assim como de ameaças frequentes, tendo sido, por diversas vezes, submetido ao chamado “Primeiro Grau”, ou seja, o regime de isolamento, e sujeito a transferências constantes.

Apesar de, segundo a lei espanhola, ele ter direito à libertação imediata, visto que já foram transcorridos mais de três quartos da pena e que o tempo efectivo de prisão já superou, inclusive, o máximo permitido por lei (20 anos), Amadeu continua detido.

Em face desta situação, Amadeu Casellas tem-se visto forçado a fazer uso, por diversas vezes, da mais drástica forma de protesto a que um preso pode recorrer: a greve de fome. Em 2008, após uma greve de fome que se arrastou durante 77 dias, as autoridades acederam a dar início ao processo de libertação, que passaria por diversas fases até culminar numa saída precária de três dias, durante a qual Amadeu procuraria encontrar trabalho, podendo de seguida solicitar a aplicação do Artigo 100.2, que lhe permitiria uma saída diária para trabalhar, regressando todas as noites à prisão. Seguir-se-ia a esta fase a liberdade condicional. Este processo, contudo, foi bloqueado sem que houvesse para isso uma justificação satisfatória e consistente por parte das autoridades.

Em resposta à repressão sofrida após ter escrito um comunicado em que identificava algumas pessoas envolvidas em casos de corrupção nas prisões catalãs e exigindo a liberdade, Amadeu deu início a uma nova greve de fome, a 15 de Julho deste ano. Esta greve de fome prolongou-se até 21 de Outubro último, terminando por razões de saúde que inviabilizavam, sob risco de vida, o seu prosseguimento.

Apesar de se encontrar bastante magro e enfraquecido, Amadeu está a recuperar bem e demonstra-se disposto a prosseguir, uma vez mais e enquanto for necessário, a luta até conseguir a sua liberdade. Estamos aqui para demonstrar, tal como tantos outros companheiros e companheiras o fizeram em diversas ocasiões, um pouco por todo o mundo, a nossa solidariedade e apoio à luta do anarquista Amadeu Casellas.

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