No dia 22 de Março o trabalhador Ícaro Poletto, membro do Sindivários de Araxá que pertence à Federação de Trabalhadores de Minas Gerais (COB-AIT), foi despedido. Encontrava-se em luta com os seus companheiros pela exigência do cumprimento dos seus direitos. Os trabalhadores que não se submetam às ordens dos seus chefes continuam a ser alvo de repressão.
Mesmo após o despedimento o companheiro Ícaro Poletto continuou como membro da secção de trabalhadores da FF Mercantil mantendo o caderno reivindicativo inicialmente apresentado à empresa , ao mesmo tempo que o seu sindicato iniciava uma campanha exigindo a readmissão do trabalhador e promovendo um boicote geral às marcas Lotto e Finta produzidas nessa fábrica.
Com o despedimento de Ìcaro , a luta dos trabalhadores e trabalhadoras por melhores condições de trabalho continua na FF Mercantil , assim como continua também a repressão patronal : um grupo de 6 trabalhadores que realizou uma greve foi despedido. No total mais de 40 pessoas que trabalhavam na fábrica foram postas na rua. Actualmente a situação é muito delicada na medida em que a empresa , ameaça mais uma vez encerrar as suas portas. A empresa procura sempre locais onde a exploração de mão-de-obra seja fácil e possa assim extorquir mais benefícios. A Lotto e a Finta regularmente aproveitam-se do proletariado brasileiro para reduzir os custos de produção e aumentar desta forma os lucros das empresas. Quando as condições já não são favoráveis ao interesse das empresas , estas facilmente se deslocalizam. A FF Mercantil esteve inicialmente na cidade de S.Paulo e mudou-se depois para Minas Gerais , dando início a um novo ciclo de exploração. Actualmente ameaça encerrar a sua fábrica de Minas Gerais para possivelmente se implantar noutro estado brasileiro aproveitando–se da guerra fiscal existente.
Devido à luta contínua em defesa dos direitos dos trabalhadores e pela campanha de informação sobre o que se passa nesta fábrica, a empresa acusou o companheiro e o seu sindicato, de difamação, sendo esta acusação considerada crime no Brasil. Ao mesmo tempo continua com ameaças e perseguições aos trabalhadores .
As ameaças e processos só revelam o desespero dos capitalistas perante os métodos de acção directa e apoio mútuo, consagrados na Associação Internacional de Trabalhadores (AIT) da qual faz parte o SOV-Porto assim como os companheiros da COB (Confederação Operária Brasileira)
Nós não pactuamos com a exploração, somos inimigos de todas as injustiças e apelamos ao boicote à Lotto e à Finta, sendo esta a nossa arma de denúncia.
Exigimos a anulação da acusação ao companheiro Ícaro e ao seu sindicato, exigimos a sua readmissão na empresa, exigimos que terminem as politicas de repressão exercidas sobre a organização autogerida e livre dos trabalhadores e que se satisfaçam as reivindicações dos companheiros de Araxá:
- Redução da jornada laboral para 8 horas de trabalho
- Adopção da semana de trabalho inglesa
- Pagamentos extraordinários por trabalho em condições insalubres
- Acordo para participar nos benefícios das empresas
- Instalação de dispositivos para reduzir o calor no interior da fábrica
- Respeito pelo direito de organização dos trabalhadores
Contra a criminalização do sindicalismo no Brasil, defendamos os nossos direitos como trabalhadores/as, defendamos a luta sindical.
Solidariedade com os/as trabalhadores/as da FF Mercantil!
Não comprem produtos feitos com trabalho escravo!
Boicote as marcas LOTTO e FINTA
Pela readmissão de Ícaro Poletto
Pela liberdade sindical!