sábado, 24 de dezembro de 2011

Apelo urgente a protestos contra a "sexta-feira sangrenta" no Cazaquistão

No dia 16 de Dezembro de 2011, as autoridades do Cazaquistão dispararam contra uma concentração de trabalhadores da indústria petrolífera em greve em Zhanaozen (uma cidade do Cazaquistão Ocidental). A greve de cerca de 1500 trabalhadores, que reivindicam aumentos salariais e melhores condições de trabalho, começou em Maio, mas foi proibida. O campo petrolífero de Karazhanbas, onde o conflito rebentou, é explorado por uma empresa que pertence à China International Trust Investment Company e pela companhia cazaque KazMunayGaz.

A escala da repressão tem vindo a aumentar de forma constante: durante o conflito, centenas de trabalhadores foram despedidos; um activista sindical, Zhaksalyk Turbayev, foi assassinado por desconhecidos; foi incendiada a casa de outro activista, Aslambek Aydarbayev; e uma advogada sindical, Natália Sokolova, foi condenada a 6 anos de prisão por "incitar à discórdia social". Destacados sindicalistas como Akzhanat Aminov, Kuanysh Sisenbayev e mais de 30 outros activistas sindicais também foram presos e condenados.

O regime do presidente Nazarbayev é bem conhecido pela repressão brutal contra os movimentos laborais e pelo seu autoritarismo. Ele proclamou como ideologia oficial a teoria do "Eurasianismo" (activamente promovida pelo etnógrafo da "nova direita" russa Lev Gumilev).

Agora, na sequência da repressão contra a manifestação, muitos trabalhadores foram mortos: 11 pessoas, segundo dados oficiais, ou 70 pessoas, segundo dados extra-oficiais. Os trabalhadores informaram que centenas de pessoas foram feridas. A cidade está agora sob estado de emergência e recolher obrigatório. O regime colocou o exército nas ruas e isolou a cidade do resto do mundo.

Nas cidades próximas, têm-se realizado concentrações e acções de solidariedade com os trabalhadores de Zhanaozen. As autoridades voltaram a abrir fogo sobre estas manifestações, provocando novas vítimas.

Apelamos ao protesto imediato para fazer parar o massacre de trabalhadores no Cazaquistão. Por favor, enviem cartas de protesto à Embaixada do Casaquistão e à companhia CITIC, e realizem piquetes e manifestações. Também apelamos a um boicote dos produtos do Cazaquistão.

Secretariado internacional da KRAS, secção russa da AIT