quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Comunicado do Grupo de Apoio Legal aos detidos durante a Greve Geral de 24 de Novembro

Considerando a manifestação de 24 de Novembro em Lisboa, dia de greve geral, os momentos de brutalidade policial que aí ocorreram, a difusão mediática destes acontecimentos e a natureza das acusações formuladas contra os manifestantes, sentimo-nos obrigados a reclamar o "direito de resposta" para impedir a calúnia gratuita e a perseguição política.

Acreditamos, por aquilo que vemos, ouvimos e lemos todos os dias, que a televisão e os jornais são poderosos meios de intoxicação, de controlo social e de propagação da ideologia e do imaginário capitalista. A maioria das vezes recusamo-nos a participar no jogo mediático. Desta vez a natureza e gravidade das acusações impele alguns de nós a escrever este comunicado. A leitura que fazemos da realidade e daquilo que é dito sobre os acontecimentos do dia da greve geral tornam evidente que:

I. Está em curso acelerado a mais violenta banalização de um estado policial com recurso a agentes infiltrados, detenções arbitrárias, espancamentos, perseguições, bem como a justificação política de detenções e a construção de processos judiciais delirantes sustentados em mentiras.

II. Sobe de escala a montagem jornalístico-policial que visa incriminar, perseguir e reprimir violentamente - veremos mesmo se não aprisionar - pessoas que partilham um determinado ideário político, pelo simples facto de partilharem esse ideário. A colaboração entre jornalistas e polícias na construção de um contexto criminalizante tem o seu expoente máximo nas narrativas delirantes da admirável Valentina Marcelino do Diário de Notícias e das suas fontes, como José Manuel Anes do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo.

III. A participação na construção deste discurso por parte de inúmeras instâncias de poder, desde sindicatos e partidos até ao mais irrelevante comentador de serviço, cria o clima ideal para que o anátema lançado sobre os "anarquistas" ou os "extremistas de esquerda" ajude a legitimar a montagem de processos judiciais, a invasão de casas, as detenções sumárias. Ao contrário do que a maioria pensa, são realidades com as quais convivemos há já algum tempo.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Porque não há uma greve geral?

Todos sabemos que a greve geral marcada para 24 de Novembro não resultará numa paragem total da economia capitalista, numa verdadeira greve geral.

Mas também sabemos que isso não se deve à discordância da maioria dos trabalhadores com a necessidade de protestar ante as injustiças e a exploração de que são alvos ou com a greve como forma de luta.

Que trabalhador não acredita que é necessário lutar contra a situação de precariedade e miséria em que se encontra a maioria dos trabalhadores neste país, causando algum dano àqueles que são os seus principais responsáveis e beneficiários – a classe política e patronal?

Que trabalhador, a quem ainda reste um pouco de dignidade, não sente uma raiva a crescer-lhe nos dentes quando ouve os mesmos facínoras de sempre, com a barriga cheia de luxos e privilégios, a pedirem-lhe novos sacrifícios? Mas então, porque não há uma greve geral?

A resposta está no medo e no isolamento que nos foram impostos, o medo de sermos despedidos e de perdermos os poucos euros que nos dão ao fim do mês, impedem-nos de resistir, quando não nos levam mesmo a ver um inimigo, não naquele que nos explora, mas no colega que é explorado como nós. Sem termos nenhuma defesa face ao patrão, somos obrigados a aceitar todos os sacrifícios e humilhações. O isolamento reforça ainda mais o medo e impede-nos de procurar a nossa força na união com os nossos iguais, os demais explorados e humilhados.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

AIT-SP - Porto - Conhece os teus direitos antes que tos tirem - workshops de organização no local de trabalho.

Trabalhador/a, ESTEJAS OU NÃO FILIADA/O NOUTRO SINDICATO, INSCREVE-TE E PARTICIPA GRATUÍTAMENTE NAS NOSSAS OFICINAS / WORKSHOPS – A COMEÇAREM EM DEZEMBRO 2011.

CONHECE OS TEUS DIREITOS ANTES QUE TOS TIREM... e LUTA POR ELES! – conhece os teus direitos laborais – salário mínimo, horário de trabalho, tipo de contractos, subsídios especiais, tempo e remuneração de férias, etc. – pós laboral, duração 1 h.30 min.

O QUE É O ANARCO-SINDICALISMO E A AIT-SP?... – origens e actualidade, quem pode e quem não pode fazer parte, princípios básicos, orgânica base, voluntariado e ausência de cargos pagos, autonomia-apoio mútuo-acção directa. - pós laboral, duração 1 h.30 min.

ORGANIZA-TE NO TEU LOCAL DE TRABALHO – como criares um grupo de luta/uma secção da AIT-SP na tua empresa, cuidados com a repressão patronal e das chefias, tácticas de luta anarco-sindicalista e sindicalista-revolucionária, conhece o teu patrão/gestor e as suas manhas, como descobrires e ligares-te aos companheiros com mais consciência de classe, como fazer um plano de luta, como criar redes de solidariedade… - um domingo ou um sábado, duração 6 h.30 min.

INSCRIÇÕES E ATENDIMENTOS

SEMANALMENTE, QUARTAS 18 - 20 HORAS, na nossa sede provisória, Rua dos Caldeireiros, 213, sala A – PORTO (à Cordoaria)

ABAIXO O "Plano Estratégico dos Transportes"! ABAIXO O ORÇAMENTO DOS GATUNOS!

TODO O APOIO À LUTA DOS TRABALHADORES DOS STCP!
PELOS DIREITOS DOS TRABALHADORES E DOS UTENTES!

O chamado actual "Plano Estratégico dos Transportes" é mais um assalto aos bolsos dos utentes e aos direitos dos trabalhadores dos transportes!

Já o plano da chamada "Nova Rede" dos STCP, durante o governo de Sócrates, veio piorar as condições de mobilidade dos utentes (alterando e eliminando linhas e carreiras, aumentando já então as tarifas -para benefício de um punhado de administradores cujo total de remunerações ascendia nessa altura a 425,9 mil Euros e, lembremos bem: NÃO PARA BENEFÍCIO DOS TRABALHADORES dos STCP e em geral, com os salários mais baixos da "União Europeia") e constituiu um autêntico atentado à vida da população do Porto metropolitano.

Este actual "Plano Estratégico", seguido aos últimos aumentos dos preços dos transportes em Agosto passado É PIOR! Mas é afinal apenas mais uma maneira de fazer o povo e os trabalhadores pagarem a "crise" que os banqueiros, os governos e os capitalistas em geral criaram – e que é próprio deste sistema de exploração chamado CAPITALISMO. Também é uma forma de o actual governo FORÇAR a PRIVATIZAÇÃO DOS TRANSPORTES e dos serviços públicos em geral, piorando nesse caso ainda mais as condições de transportes públicos e lançando mais trabalhadores no desemprego.

Frente aos aumentos dos tarifários, frente à ameaça de piorar as condições de trabalho e frente aos "cortes" em direitos conquistados ao longo dos anos pelas várias lutas dos trabalhadores, a UNIÃO DOS UTENTES DOS TRANSPORTES PÚBLICOS com OS TRABALHADORES deste sector é absolutamente necessária e URGENTE!