sexta-feira, 30 de maio de 2008

CNT-AIT e IWW declaram guerra à Starbucks


O Sindicato de Trabalhadores do Comércio e Hotelaria da CNT-AIT (secção espanhola da AIT) em Sevilha, juntamente com o Sindicato de Trabalhadores da Starbucks de Grand Rapids (no Michigan- E.U.A.) da Industrial Workers of the World (IWW, uma outra organização internacional de carácter sindicalista revolucionário) convocaram um Dia Global de Acção contra a Starbucks para dia 5 de Julho próximo.
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A Starbucks, multinacional de cafés, é conhecida pelas más condições de trabalho e de pagamento que oferece aos seus empregados. Tem também vindo a prosseguir uma estratégia de combate à organização sindical dos seus trabalhadores.
O último caso de repressão sobre trabalhadores que se tentam organizar para fazer frente à exploração ocorreu em Sevilha, onde a companheira Mónica foi despedida por estar a organizar uma secção sindical da CNT-AIT naquela empresa.
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O Sindicato de Comércio e Hotelaria da CNT-AIT em Sevilha faz o seguinte apelo: «No nosso sindicato não vamos permitir a repressão sindical sobre a nossa companheira, e vamos lutar pela sua readmissão. A CNT declara guerra à Starbucks, e vamos iniciar uma campanha internacional, para a qual contamos com a solidariedade de toda a Associação Internacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras e de outros sindicatos de base como os da IWW. Pedimos a toda a CNT e a todas as secções da AIT solidariedade, da seguinte maneira:
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1 - Envio massivo de correios electrónicos de solidariedade, para o seguinte e-mail: hschultz@starbucks.com e atencionalcliente@starbucks.com
O texto que sugerimos é: «Monica readmisión, Stop Represion Sindical».
2- Realizar concentrações e demais acções de solidariedade em frente dos estabelecimentos da multinacional.
3- Estamos a organizar um dia de acção global contra a Starbucks, para o dia 5 de Julho de 2008, no qual protestaremos contra a política anti-sindical da corporação, que ficou clara com o despedimento da trabalhadora da CNT e com a discriminação sindical que sofrem os trabalhadores da IWW em Grand Rapids, Michigan, EUA.

Blog da Secção Sindical da CNT-AIT na Starbucks:
http://seccionstarbuckscnt.wordpress.com/

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Feira do Livro Anarquista - Lisboa - 23, 24 e 25 de Maio

A AIT-SP estará presente na Feira do Livro Anarquista, que decorrerá no Grupo Desportivo da Mouraria, em Lisboa, nos dias 23, 24 e 25 de Maio.

Mais informações em:
http://feiradolivroanarquista.blogspot.com/

domingo, 11 de maio de 2008

A “crise” do sistema financeiro

A “crise” do sistema financeiro internacional soma e segue e, como de costume, afecta sobretudo os trabalhadores, desempregados, jovens, imigrantes, pensionistas e outros deserdados. Para os capitalistas, a lógica é sempre a mesma: continuarem a encher-se à custa do trabalho alheio e da especulação bolsista, indiferentes às consequências que daí possam advir para a humanidade, como mais uma vez o demonstra a crise financeira desencadeada, desde o início do ano passado, pela especulação desenfreada gerada pelo mercado do crédito à habitação nos EUA. Este tipo de crédito foi imediatamente revendido por uma pequena parte do seu “valor” a outras instituições de crédito (a titularização dos créditos), o que por sua vez possibilitou novas operações de crédito e novas titularizações, e permitiu um rápido aumento do “valor” formal de muitas instituições financeiras e grandes empresas em todo o mundo que adquiriram estes títulos, aumento esse baseado no endividamento de dezenas de milhares de famílias americanas. Claro que, quando os compradores deixaram de poder pagar as prestações das casas e o valor de mercado destas, hipotecadas pelos bancos, tinha entretanto baixado e deixara de cobrir os empréstimos, todo este esquema começou a ruir como um castelo de cartas, o que se traduziu na restrição e encarecimento do crédito bancário em geral, com o consequente estrangulamento de toda a actividade económica – na linguagem eufemística dos economistas, a crise começou a afectar a “economia real”.

Porém, todos nós já sabíamos que este esquema, em que a “riqueza” parecia surgir do nada, não se podia manter indefinidamente. E como, apesar dos repetidos avisos que os economistas de serviço vão sempre fazendo (que o investimento especulativo não pode ultrapassar um certo patamar relativamente ao investimento produtivo, isto é, na chamada economia real) o chamariz da obtenção fácil e rápida de lucros chorudos atrai irresistivelmente os parasitas de toda a ordem, a “crise” do sistema financeiro não tem cessado de se agravar e de alastrar a nível mundial.

As consequências da especulação financeira são de tal modo devastadoras, que a Organização Internacional do Trabalho, no seu relatório anual Tendências Mundiais do Emprego, divulgado em 23 de Janeiro passado, já previa que “cinco milhões de pessoas podem este ano perder o emprego devido à turbulência da economia internacional provocada pela crise nos mercados de crédito e pelo aumento dos preços do petróleo.”(*).

Agora, chegou a vez do próprio presidente da Reserva Federal norte-americana, Ben Bernanke, vir a público reconhecer que talvez bastasse que os bancos desistissem de uma parte dos seus lucros para que se conseguisse atenuar os efeitos da crise actual. Depois de, desde Setembro passado, terem sido dadas várias “explicações” para o desencadeamento da “crise” e propostas várias medidas (a culpa seria do excesso de crédito e dos especialistas encarregados de avaliar o “valor” bolsista das empresas cotadas em bolsa, a solução seria todas as empresas cotadas deixarem de aldrabar nos seus relatórios e assinalarem claramente os valores fictícios aí incluídos, ou então as instituições de crédito alargarem o prazo de reembolso dos mesmos), Ben Bernanke, no dia 4 de Março, lá acabou por sugerir nada mais nada menos do que o perdão, pelos bancos, de parte dos empréstimos, como forma de suster o agravamento da “crise”, o que para estes deve constituir a suprema heresia.

Esta conclusão, a que Bernanke penosamente chegou, apenas vem confirmar o que nós temos afirmado ao longo do tempo: que o verdadeiro responsável pela miséria e constante degradação das condições de vida da população mundial é o sistema capitalista, baseado na remuneração crescente dos capitais investidos, o que, devido ao aumento contínuo da concorrência inter-capitalista, se torna cada vez mais difícil e conduz, periodicamente, a guerras cada vez mais destrutivas e cada vez mais frequentes, que possibilitam novo ciclo de “desenvolvimento” e de acumulação do capital, baseado na reconstrução do que foi destruído, financiada por “generosos” grupos de investidores, como verificámos, por exemplo, nos casos da ex-Jugoslávia e do Iraque.

Aos trabalhadores, oprimidos e desapossados em geral, não resta mesmo outra perspectiva que não seja a necessária expropriação dos expropriadores, a destruição desta sociedade iníqua e a sua substituição por um meio social assente na liberdade individual, na igualdade social, na cooperação pelo livre acordo, na ajuda-mútua e na solidariedade.

António Mota

(*) Referido no jornal “PÚBLICO” de 25/1/2008 – sublinhado nosso.

artigo publicado no Boletim Anarco-sindicalista nº 26 (disponível para descarregar em pdf aqui)

terça-feira, 6 de maio de 2008

Argentina: luta dos trabalhadores do restaurante “La Pérgola” apoiada pela FORA

A Sociedade de Resistência Ofícios Vários da Capital Federal, pertencente à FORA (Federacion Obrera Regional Argentina), secção argentina da AIT, encontra-se há duas semanas em luta pela readmissão de oito trabalhadores despedidos do restaurante “La Pérgola”, na Capital Federal, assim como pela regularização da sua situação laboral e pelo fim do assédio laboral por parte da entidade patronal.

O proprietário do restaurante, e do grupo empresarial Gourmet S.A., tentou comprar um dos trabalhadores, procurando dividi-los, mas, não o tendo conseguido, começou a recorrer a várias formas de intimidação, através de ameaças físicas e verbais. Para isto, o proprietário do restaurante contratou capangas, que utiliza também para gerar situações de conflito durante as manifestações de solidariedade e assim tentar acusar os trabalhadores e os manifestantes de distúrbios.

Devido à acção dos companheiros da FORA o restaurante está há já duas semanas praticamente sem clientes.

Vídeo de uma manifestação dos companheiros da FORA em frente ao restaurante:

Em solidariedade com a luta dos companheiros da FORA podem ser enviados faxes, e-mails e cartas para os seguintes endereços:

Fax: 005411-4632-1060 (Pedir señal de fax)
E-mail: restolapergola@fibertel.com.ar
Correo ordinario: Aldo Marasco, Avenida AVELLANEDA 1899, barrio de flores, Capital Federal, Argentina.


Em baixo está uma proposta de carta a enviar:

Repudiamos el despido injusto y arbitrario de los trabajadores de LA PERGOLA, así como la situación de hostigamiento que provocan ustedes al desinteresarse completamente de los derechos de los trabajadores, generar provocación y persecución, y no reconocer el legitimo derecho de los trabajadores a organizarse en un reclamo necesario como es la regularización laboral.

Exigimos su inmediata reincorporación y el cese del acoso laboral tanto a usted y a su grupo empresarial GOURMET S.A., como a todos los que colaboran para mantener las condiciones de explotación que sufren sus trabajadores.

Nosotros nos solidarizamos con los trabajadores de “La Pérgola”, porque entendemos que usted esta cometiendo una injusticia muy grave y mantendremos esta actitud hasta que se respeten de una vez los derechos de los trabajadores y su familia.

Los trabajadores de LA PERGOLA no están solos, sépalo.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Anarco-sindicalismo, lutas sociais e possibilidades de resistência no campo laboral

Debate promovido pela AIT-SP
10 de Maio - 16 horas

O objectivo deste debate é apresentar e debater as nossas ideias juntamente com outras pessoas interessadas em lançar as bases de uma resistência sindical baseada na solidariedade e na acção directa, organizada em moldes anti-autoritários e que não admita concertações sociais ou outras formas de compromisso com os que nos exploram e oprimem.

É urgente construir formas anti-autoritárias de resistência no campo laboral, criando práticas de solidariedade efectiva e de acção directa, se queremos não só resistir aos golpes do Estado e do patronato, mas também construir alternativas de vida como a que pode ser o comunismo libertário.

10 de Maio - 16 horas - no Centro de Cultura Libertária
(Rua Cândido dos Reis, 121, 1º Dto. – Cacilhas - Almada)

Centro de Cultura Libertária
http://culturalibertaria.blogspot.com/

domingo, 4 de maio de 2008

1º Maio: Polícia Militar reprime manifestação da COB-AIT em São Paulo (Brasil)

Excertos de um comunicado da Federação Operária de São Paulo:

Manifestação de 1º de Maio convocada pela Federação Operária de são Paulo é violentamente reprimida pela Policia Militar (PM), após atrito com passeata de partido de esquerda - que se limitou a troca de palavras-de-ordem entre os manifestantes.

À manifestação, chamada pela FOSP/COB-ACAT/AIT, compareceram diversos coletivos, núcleos organizados e individualidades simpatizantes, vindos dos mais diferentes pontos da Grande São Paulo. Se iniciando na parte da manhã nos bairros periférios e a manifestação se incia com uma Concentração no Antigo Mercado de Escravos de São Paulo, na Ladeira da Memória, a partir das 11 horas.
(...)
Por volta das 12:30h a Concentração se dirigiu em Caminhada até as Escadarias do Teato Municipal. Lá se fez uma exposição de faixas, bandeiras negras e rubro-negras ao vento, massiva distribuição do MANIFESTO DE 1º DE MAIO da FOSP/COB-ACAT/AIT, Contra o Desemprego e a Precarização do Trabalho e a perda de direitos, denunciando a Farsa eleitoral e chamando o Voto Nulo Ativo, pela gestão operária direta da sociedade.
(...)
Chegamos na Sé seguidos de perto pela PM e lá realizamos mais uma manifestação e Assembléia Popular. Nesta, em que falaram vários populares, sem-teto e desempregados, foi colocado que a classe trabalhadora é uma coisa só e que tinhamos que estimular nossa organização nos locais detrabalho e moradia, de forma independente dos partidos e das centrais sindicais pelegas, para organizar uma grande greve geral contra o desemprego, a miséria e a exploração. Falações contra a mídia burguesa, o rascismo da PM e depoimentos pessoais e pelo voto nulo ativo se fizeram ouvir novamente. Nessa Assembléia Popular decidimos seguir em direção a Praça da República. Saimos da Sé em direção a República por volta das 16 horas.

Na entrada do Viaduto do Chá, em frente a sede da prefeitura, a Passeata do Movimento Libertário Brasileiro - MLB - houve um atrito com a passeata promovida pela estranha aliança entre o maoísta PRC e o trotskista PCO. A PM fez um cordão de isolamento, para "proteger" a passeata dos' partidários' dos ' punks e anarkistas' - de acordo com a oficial da Tropa de Choque em comando. Cerca de 10 minutos depois da passagem da "passeata do PCO" a passeata do MLB tentou prosseguir pelo Viaduto do Chá, sendo impedida pela PM - que mantinha o cordão de isolamento que formaram napassagem da "passeata do PCO". Como não conseguisse furar o bloqueio da PM se propos uma rota alternativa, descendo a Libero Badró e atravessando a Passarela de pedestres sobre a praça das Bandeiras. Porém a PM imediatamente ataca por trás a manifestação, de forma truculenta - pessoas foram atropeladas e foram obrigadas a ir para hospitais. A Manifestação foi desbaratada, depois de um breve enfrentamento dos manifestantes com a PM entre 17 e 17:30 hs. Foram detidas cerca de 60 pessoas, 5 companheiros foram responsabilizados e terão que responder um processo - sendo dois da Coordenação da FOSP/COB-AIT. Todo material da FOSP/COB-AIT (faixas e cartazes) foi apreendida.

Por volta das 23 horas foram libertados os últimos detidos, que foram esperados por mais de 50 companheiros que se mantiveram solidários até o fim.

1º Maio: Manifestação Anarco-sindicalista em Belgrado

Companheiros da ASI (Iniciativa Anarco-Sindicalista), secção sérvia da AIT, manifestam-se em Belgrado.
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Vídeo no Youtube:


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O presidente da Sérvia e o ministro do trabalho são expulsos da manifestação do 1º Maio, enquanto os sindicalistas burocratas acusam os anarquistas desse acto:




sexta-feira, 2 de maio de 2008

1º de Maio anarco-sindicalista em Lisboa

A partir 14h, cerca de duas dezenas pessoas concentraram-se na Praça da Figueira em Lisboa com duas faixas, distribuindo panfletos.
Às 16h fomos juntar-nos à marcha do Mayday que já descia a Rua Garrett, participando da mesma e percorrendo o Chiado, a Baixa e o Martim Moniz até ao início da Avenida Almirante Reis.