segunda-feira, 25 de maio de 2009

30 de Maio - em Almada: ANARCO-SINDICALISMO EM DEBATE com a presença de companheiros da CNT-AIT


ANARCO-SINDICALISMO EM DEBATE

Com a presença de companheiros da CNT-AIT de Jaén (Andaluzia)


Partilha de experiências de membros da secção sindical da CNT (secção da AIT em Espanha) na fábrica de computadores Séneca de Jaén, cujos trabalhadores permanecem em greve há quase três meses em reivindicação de pagamentos em atraso e outros direitos.


30 de Maio – 16h – Centro de Cultura Libertária

Rua Cândido dos Reis, 121, 1º Dto. - Cacilhas - Almada



Trabalho precário: uma nova forma de escravatura

Empresas de Trabalho Temporário: os novos mercadores de escravos

A Conferência anual deste ano da Confederação Internacional das Empresas de Trabalho Temporário vai ter lugar em Lisboa, no Parque das Nações, de 27 a 29 Maio. Ora, o trabalho temporário é um dos exemplos de precariedade laboral que está a aumentar desmedidamente. Em Portugal, os trabalhadores precários são já cerca de milhão e meio, dos quais, quase um terço é “contratado” através de empresas de trabalho temporário. Se adicionarmos os desempregados, os sub-empregados (trabalho parcial), os que estão sujeitos a formas encapotadas de desemprego (“empregados” em acções de formação, com reformas antecipadas, vítimas de rescisões por “acordo mútuo”, etc) e ainda os chamados trabalhadores ilegais, a percentagem de trabalhadores precarizados em Portugal pode ser estimada entre 40 e 50% do total de trabalhadores, o que seguramente nos coloca nos dois ou três primeiros lugares da precariedade na União Europeia.

Os contratos temporários chegam a ser de apenas um mês ou de uma semana, porém, devido ao desemprego e para sobreviver, são muitas as pessoas que se submetem a estas condições, enfrentando um clima de grande instabilidade. Com este tipo de contratação as empresas têm maior facilidade em despedir os trabalhadores, nunca os efectivando e, desta forma, aumentando exponencialmente os seus lucros. Para além de viverem numa incerteza, os trabalhadores são ainda obrigados a aceitar baixos salários pois, na maior parte das vezes, os empregos temporários são conseguidos através de empresas que se dedicam exclusivamente à angariação de pessoal para cederem a outras entidades, apropriando-se de grande parte do ordenado. Só na região de Lisboa e Vale do Tejo, são já cerca de duzentas as empresas de trabalho temporário (tais como a Manpower, a Adecco, a Geserfor, a Select, a Multipessoal, etc.) que se dedicam a comercializar trabalhadores para outras empresas.

As entidades patronais e o Estado, que não é mais do que o defensor das hostes capitalistas, defendem o trabalho temporário e também uma maior flexibilização das leis laborais para, dizem eles, aumentar a “competitividade da economia portuguesa” e diminuir o desemprego. Isto só prova que o papel do Estado é o de beneficiar uma minoria de privilegiados, nem que para isso tenha de escravizar a classe trabalhadora.

Apelamos aos trabalhadores e trabalhadoras a que lutem contra o flagelo e a escravidão agravada que representam o trabalho temporário e a precariedade em geral, sem perder de vista a necessidade de unir as suas forças numa verdadeira luta contra o duplo jugo do Capital e do Estado. Comecemos a organizar-nos para a construção de uma nova sociedade, sem desigualdades sociais, porque a emancipação dos trabalhadores só poderá ser obra dos próprios trabalhadores.


Contra o Estado e o Capital, Revolução Social!
Nem Estado nem patrão! Autogestão!

Associação Internacional d@s Trabalhador@s - Secção Portuguesa
13/Maio/2009
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domingo, 24 de maio de 2009

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Feira do Livro Anarquista - 22, 23 e 24 de Maio - Lisboa

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A AIT-SP vai estar presente na Feira do Livro Anarquista, a realizar nos dias 22, 23 e 24 de Maio, na Rua Luz Soriano, nº 67A, no Bairro Alto, em Lisboa:


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segunda-feira, 18 de maio de 2009

Faleceu o companheiro anarquista Edgar Rodrigues



Texto retirado de terraviva.weblog.pt:



FALECIMENTO DE EDGAR RODRIGUES EM 14 DE MAIO

Falecimento do investigador autodidacta e difusor da história social e do anarquismo brasileiro e português, Edgar Rodrigues.


Edgar Rodrigues, nasceu e viveu na Lavra, Matosinhos e morreu no Brasil no passado dia 14 de Maio devido a uma paragem cárdio-respiratória. Tinha 88 anos.

Autor de dezenas de obras e centenas de artigos sobre a história e as ideias anarquistas no Brasil e em Portugal, Edgar foi um importante compilador e difusor da história libertária nos dois países.

Em Portugal, as suas obras sobre a história do movimento operário e libertário, sobretudo as dos anos 80 ,"O despertar operário em Portugal-1834-1911", "Os anarquistas e os sindicatos-1911-1922", "A resistência anarco-sindicalista à ditadura-1922-39" e "A oposição libertária em Portugal-1939-1974", constituíram e constituem um marco importante na recuperação da memória libertária, constantemente branqueada pelas mitologias que transformavam artificialmente o PCP e/ou o PS, sobretudo nos anos da ditadura salazarista, como os principais intervenientes tanto no movimento operário como na resistência à ditadura.

Por todo esse acervo de informação sobre as raízes históricas da rebelião e da resistência operária, popular e libertária, OBRIGADO, Edgar Rodrigues.

J.P.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Uma crónica do 1º de Maio Anticapitalista e Antiautoritário em Lisboa

Uma crónica do Primeiro de Maio Antiautoritário e Anticapitalista em Lisboa, retirada da Rede Libertária:

A partir das 16 horas, várias dezenas de pessoas foram comparecendo no Jardim do Príncipe Real. No local era visível a presença ostensiva de polícias à civil, para além do constante assédio de jornalistas a fotografarem e filmarem, procurando, inutilmente, organizadores e representantes. As pessoas foram chegando e, face ao descrito, umas tapavam a cara, outras não, enquanto vários panfletos iam circulando e a conversa se punha em dia, tentando evitar os ouvidos teleguiados da democrática bufaria.

Pouco antes das 17 horas, havendo já umas cem pessoas no local, foram abertas várias faixas: “Contra a exploração, acção directa!”, “Os bancos roubam-nos a vida. Iremos ao seu assalto!”, “Capitalismo: nem a sua crise nem a sua prosperidade!”, “Consumo, logo existo. Penso, logo esbanjo”.

A manifestação partiu então, cortando o trânsito num sentido e dificultando-o no outro, pela rua D. Pedro V, descendo as ruas de S. Pedro de Alcântara e da Misericórdia. Gritaram-se, em crescendo, frases contra o capitalismo, o Estado, os media e a polícia: “União, acção, insurreição, contra toda a opressão!”, “Nem Estado, nem patrão. Autogestão!”, “A, Anti, Anti-Capitalista!”, “Diário de Notícias: Diário de Polícias”, “Alerta! Alerta! Surto de gripe policial”, “A liberdade está nos nossos corações! Nem prisões, nem bófia, nem pátrias nem patrões”, “Os bancos estão-nos a queimar. Queimemos os bancos”, entre outras.

Entretanto, mais algumas dezenas de pessoas se foram juntando à manifestação. Já na rua Garrett continuou-se a gritar bem alto: “A vossa repressão só nos dá mais paixão!”.

Até ao Chiado a única presença aberta da polícia, para além dos inúmeros agentes à paisana, foi a de um carro patrulha que seguiu a manifestação. A partir do Chiado, um grupo de polícias a pé e em motorizadas esforçou-se por controlar o percurso. Mas em todo o momento a manifestação seguiu o percurso pretendido pelos manifestantes.

Na Rua do Carmo, local do violento ataque da PSP contra a manifestação antiautoritária contra o fascismo e o capitalismo de 25 de Abril de 2007, as gargantas esmeraram-se: “Aqui estamos outra vez, sem medo, sem lei”; “Um povo organizado vive sem Estado”. Algumas lojas fecharam as portas e colocaram seguranças à porta...

Continuou-se até ao Rossio, onde a manifestação contornou a festa da União de Sindicatos Independentes, contrastando as nossas palavras de ordem com a actuação de um rancho folclórico em pleno palco, por certo lembrança de velhos tempos em que se comemorava a “alegria no trabalho”...

A manifestação terminou na Praça da Figueira, após o que os manifestantes foram dispersando.

Para nós, o balanço da manifestação é globalmente positivo. Mais de cem pessoas apareceram e assinalaram um Primeiro de Maio combativo, anti-autoritário e anticapitalista, independente das restantes iniciativas que tiveram lugar na mesma tarde. Isto, apesar das tentativas levadas a cabo pela polícia para, através de uma campanha de intimidação e desinformação por meio de artigos publicados na imprensa, isolar e assustar as pessoas que se identificassem com a convocatória e pudessem aparecer. Não deixa de ser positivo haver mais de cem pessoas que não se deixaram intimidar.

A vossa repressão só nos dá mais paixão!

anónim@s