sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Contra o despejo do Centro de Cultura Libertária: RESISTÊNCIA E SOLIDARIEDADE!

Comunicado do Centro de Cultura Libertária, em 23 de Novembro de 2009:

O Centro de Cultura Libertária, espaço anarquista existente há 35 anos em Cacilhas, encontra-se ameaçado de despejo pelo proprietário. Após sentença do Tribunal de Almada, emitida no dia 2 de Novembro de 2009, foram dados 20 dias ao CCL para abandonar as suas instalações. O Centro de Cultura Libertária recorreu desta decisão do Tribunal, no passado dia 19 de Novembro, suspendendo a ordem de despejo.

Agora, aguarda-se a decisão do Tribunal sobre o recurso, que pode anular a decisão de despejo, levar a um novo julgamento ou reiterar a sentença já emitida. Não se pode prever qual será a decisão ou quanto tempo esta levará a ser tomada. Sabemos apenas que, caso o recurso seja recusado, teremos dez dias apenas para abandonar o espaço do CCL.

O Centro de Cultura Libertária vive momentos de absoluta incerteza quanto ao seu futuro. Mas uma coisa é certa: faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para dar continuidade ao CCL e para manter o espaço que este ocupa há 35 anos. Para tal precisamos da solidariedade de todxs xs que se revêem no CCL.

Para já o apoio monetário continua a ser muito importante, já que suportamos custos muito elevados para uma associação que vive apenas das contribuições dos seus associados e simpatizantes. O recurso custou-nos 2.000 euros em honorários do advogado e mais 75 euros da “taxa de justiça”. Em caso de perda do recurso, poderemos ter de pagar as custas judiciais. A salvaguarda do espólio do CCL, em caso de despejo, dará certamente lugar a novas despesas.

A motivação do proprietário do prédio é clara: despejar uma associação que paga uma renda mensal baixa (52,50 euros) e cujo contrato só pode ser rescindido através de uma acção de despejo, abrindo assim o caminho à rentabilização do espaço.
O papel do tribunal também é claro: defender o interesse dos proprietários e a propriedade privada, alicerces essenciais deste sistema baseado na desigualdade e na exploração.

Actualmente, o CCL é um dos raros locais anarquistas que se mantém em Portugal, único pela sua longevidade e pelo papel de preservação da memória histórica libertária que desempenha, mas também pela ligação afectiva que gerou em várias gerações de anarquistas, que nele encontraram um espaço de aprendizagem, de experimentação e divulgação das suas ideias.

O Centro de Cultura Libertária encarregar-se-á de agir a nível local, procurando a todo o momento, divulgar e estimular a revolta contra uma situação da qual não somos os únicos alvos. Encorajamos todas as formas de solidariedade dxs companheirxs que desejem potenciar a nossa luta noutros lugares.

Saúde e Anarquia!

Centro de Cultura Libertária
23 de Novembro de 2009

Contacto:

E-mail: ateneu2000@yahoo.com
Correio: Apartado 40 / 2800-801 Almada / Portugal
Blog: http://culturalibertaria.blogspot.com


Dados da conta bancária do CCL, para donativos:

Titular:
CENTRO DE CULTURA LIBERTÁRIA

Para transferências em Portugal:
NIB: 003501790000215493029

Para transferências do estrangeiro:
IBAN: PT50003501790000215493029
BIC: CGDIPTPL
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segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Os "6 de Belgrado" são formalmente acusados! Agora mais do que nunca: solidariedade!

 Reproduzimos um artigo da Agência de Notícias Anarquistas - ANA, divulgado a 11 de Novembro, acerca da grave situação de repressão enfrentada pel@s noss@s companheir@s da Iniciativa Anarco-Sindicalista, secção sérvia da AIT, juntamente com um cartaz de solidariedade da AIT-Secção Portuguesa.

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[Sérvia] Os/as "6 de Belgrado" são acusados formalmente

Agora mais do que nunca solidariedade!

Na Sérvia os líderes políticos e capitalistas promovem o nacionalismo fascista e o chauvinismo desencorajando a unidade para lá das fronteiras, entre aqueles que são explorados e oprimidos.

Recordemos que em Fevereiro de 2008, depois da declaração de independência do Kosovo, a embaixada dos Estados Unidos foi incendiada pelos nacionalistas sérvios, sem que tenham sido acusados de "terrorismo". Convém recordar também que já em Setembro deste ano, os activistas LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais) viram impedida a sua celebração, uma marcha em Belgrado, com as autoridades ainda a informarem-nos de que não só não garantiam a segurança dos participantes como também os inculpariam pelos danos que os grupos fascistas pudessem fazer se os atacassem.

É este mesmo Estado nacionalista e pró-fascista que vem acusar de "terrorismo" os nossos companheiros sérvios.

Neste contexto, pouco importa se os trabalhadores detidos na Sérvia são "culpados" ou "inocentes". Cremos que, como muito bem assinalaram alguns anarquistas gregos nas declarações de solidariedade que "as lutas sociais não são legais ou ilegais, mas são justas".

As expressões de solidariedade com os companheiros sérvios têm vindo a acontecer pelo mundo inteiro. As concentrações, manifestações e outros protestos, foram notáveis pelo menos em Varsóvia (Polônia), Bratislava (Eslováquia), Viena (Áustria), Praga (República Checa), Ljubljana (Eslovênia), Zagreb (Croácia), Sydney (Austrália), Londres (Inglaterra), Lisboa (Portugal ), Moscovo e S. Petersburgo (Rússia), Kiev (Ucrânia), Atenas, Tessalônica e Komotini (Grécia), Hamburgo, Berlim e Frankfurt (Alemanha), Denver (EUA.), Sofía (Bulgária), La Haya (Países Baixos), Skopje (Macedônia), Berna (Suíça), Madrid, Zaragoza e Granada (Espanha), Paris (França), Ankara (Turquía ) etc., etc...

No começo de Outubro, depois de um mês de detenção, o juiz encarregado do caso ordenou o alargamento do período de detenção destes companheiros por mais um mês, ao mesmo tempo que "as investigações" continuavam.

Em 3 de Novembro, a Procuradoria de Belgrado anunciou que tem a intenção de apresentar “acusações” pelo delito de "terrorismo internacional" contra os seis membros da Iniciativa Anarcosindicalista (ASI) e outros. Neste momento, a detenção preventiva para os/as 6 de Belgrado foi ampliada.

Pedimos a todos/as que se enviem cartas de protesto para participar numa ação massiva.

Portanto, é muito importante que continuemos a demonstrar a nossa solidariedade com os/as 6 de Belgrado.

Tradução » Liberdade à Solta


Agência de notícias anarquistas-ana

domingo, 22 de novembro de 2009

Solidariedade com Amadeu Casellas em Lisboa

No passado dia 12 de Novembro, em solidariedade com o preso anarquista Amadeu Casellas, mais de 400 comunicados foram distribuídos à porta do cinema S. Jorge, em Lisboa,  na sessão inaugural do Ciclo de Cinema Espanhol, organizado pela Embaixada de Espanha.


Panfleto distribuído:
 
Liberdade Imediata para Amadeu Casellas!

Amadeu Casellas Ramon é um militante anarquista espanhol encarcerado há mais de 23 anos por ter tomado parte numa série de assaltos a bancos com o objectivo de financiar lutas anarquistas e operárias na Espanha dos anos 70.

Por denunciar os abusos que ocorrem quotidianamente no interior do sistema prisional espanhol, e que incluem corrupção, violência sobre prisioneiros, mortes em situações pouco claras, assim como casos de tortura, Amadeu, que pertenceu, nos anos 80, à COPEL (Coordenadora de Presos em Luta), tem sido alvo de uma repressão adicional por parte do sistema carcerário, assim como de ameaças frequentes, tendo sido, por diversas vezes, submetido ao chamado “Primeiro Grau”, ou seja, o regime de isolamento, e sujeito a transferências constantes.

Apesar de, segundo a lei espanhola, ele ter direito à libertação imediata, visto que já foram transcorridos mais de três quartos da pena e que o tempo efectivo de prisão já superou, inclusive, o máximo permitido por lei (20 anos), Amadeu continua detido.

Em face desta situação, Amadeu Casellas tem-se visto forçado a fazer uso, por diversas vezes, da mais drástica forma de protesto a que um preso pode recorrer: a greve de fome. Em 2008, após uma greve de fome que se arrastou durante 77 dias, as autoridades acederam a dar início ao processo de libertação, que passaria por diversas fases até culminar numa saída precária de três dias, durante a qual Amadeu procuraria encontrar trabalho, podendo de seguida solicitar a aplicação do Artigo 100.2, que lhe permitiria uma saída diária para trabalhar, regressando todas as noites à prisão. Seguir-se-ia a esta fase a liberdade condicional. Este processo, contudo, foi bloqueado sem que houvesse para isso uma justificação satisfatória e consistente por parte das autoridades.

Em resposta à repressão sofrida após ter escrito um comunicado em que identificava algumas pessoas envolvidas em casos de corrupção nas prisões catalãs e exigindo a liberdade, Amadeu deu início a uma nova greve de fome, a 15 de Julho deste ano. Esta greve de fome prolongou-se até 21 de Outubro último, terminando por razões de saúde que inviabilizavam, sob risco de vida, o seu prosseguimento.

Apesar de se encontrar bastante magro e enfraquecido, Amadeu está a recuperar bem e demonstra-se disposto a prosseguir, uma vez mais e enquanto for necessário, a luta até conseguir a sua liberdade. Estamos aqui para demonstrar, tal como tantos outros companheiros e companheiras o fizeram em diversas ocasiões, um pouco por todo o mundo, a nossa solidariedade e apoio à luta do anarquista Amadeu Casellas.

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terça-feira, 17 de novembro de 2009

O Centro de Cultura Libertária, espaço anarquista existente há 35 anos em Almada, está a ser ameaçado de despejo pelo proprietário!

O CCL é um ateneu cultural anarquista fundado em 1974 por velhos militantes libertários que resistiram à ditadura, ocupando desde então o espaço arrendado no número 121 da Rua Cândido dos Reis, em Cacilhas. Tem sido um espaço fundamental para o anarquismo em Portugal acolhendo sucessivas gerações de libertários. O Centro possui uma biblioteca e um arquivo únicos em Portugal, com material anarquista editado ao longo dos últimos cem anos, assim como uma distribuidora de cultura libertária. Durante a sua existência, o Centro acolheu várias actividades, tais como debates, passagens de vídeo ou diversos ateliers. Diferentes publicações aqui se editaram, como a Voz Anarquista nos anos 70, a Antítese nos anos 80, o Boletim de Informações Anarquista nos anos 90 e o Húmus, mais recentemente.

Em Janeiro de 2009, foi instaurada por parte do proprietário do edifício uma acção de despejo contra o Centro. Esta acção foi contestada por vias legais, o que deu lugar a um julgamento que decorreu entre Setembro e Outubro. No dia 2 de Novembro, foi emitida a sentença que resultou na resolução do contrato de arrendamento, tendo sido dados 20 dias ao Centro para abandonar as suas instalações.

O Centro vai recorrer desta decisão. Nesta nova fase é preciso suportar custos que dizem respeito ao recurso e aos honorários do advogado. Até à data ainda não sabemos exactamente a quantia necessária mas, pelo que averiguámos, será necessário reunir umas largas centenas de euros.

O contexto que deu origem a este caso não diz respeito apenas ao Centro de Cultura Libertária, mas a todos aqueles que se vêem a braços com a falta de escrúpulos dos senhorios e restantes especuladores imobiliários. É importante relembrar que, ainda que este processo tenha sido iniciado sob alegações do ruído excessivo produzido pelos frequentadores do Centro, estão em causa outros interesses, nomeadamente o do senhorio em rentabilizar o espaço, alugando-o por um preço bastante mais elevado do que o praticado agora.

O desaparecimento deste Centro significaria a perda de um importante espaço de reflexão, debate, luta e resistência.

À semelhança dos/as companheiros/as que lutaram para que este espaço existisse, resistiremos uma vez mais, e NÃO perderemos o CCL nem às mãos dos tribunais, nem da especulação imobiliária nem por nada.

Continuaremos a lutar para que este espaço continue!

Toda a solidariedade e apoio que possam dar força à resistência do CCL é da máxima importância e urgência.

Saúde e Anarquia!!!

Centro de Cultura Libertária
07.11.09

Contactos:
E-mail: ateneu2000@yahoo.com
Correio: Apartado 40 / 2800-801 Almada / Portugal

Blog: http://culturalibertaria.blogspot.com/

Dados da conta bancária do C.C.L. para donativos:

C.C.L. bank account details for donations:

Titular/ Owner:
CENTRO DE CULTURA LIBERTÁRIA

Para transferências em Portugal / For transfers inside Portugal:
NIB: 003501790000215493029

Para transferências do estrangeiro / For foreign transfers:
IBAN: PT50003501790000215493029
BIC: CGDIPTPL

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Anarco-Sindicalista - Publicação conjunta da Solidaridade Obreira da CNT-Galiza e do Boletim Anarco-Sindicalista da AIT-SP

Foi publicado o primeiro número do Anarco-Sindicalista, jornal em galego e português editado conjuntamente pela regional galega da Confederação Nacional del Trabajo (CNT, secção da AIT no Estado espanhol) e pela AIT-Secção Portuguesa.

A publicação pode ser descarregada em PDF aqui:

Os pedidos da edição em papel podem ser feitos para os seguintes contactos da AIT-SP:
Apartado 50029 / 1701-001 Lisboa / Portugal
e-mail: aitport@yahoo.com

Uma apresentação do jornal Anarco-Sindicalista em galego:

Esta é unha publicación certamente excepcional: son moi escasos os experimentos de comunicación e coordenación entre traballadoras e traballadores de zonas correspondentes oficialmente a países diferentes. Non ocorre así entre os empresários, políticos, explotadores vários: eles levan séculos aproveitando as fronteiras criadas por eles mesmos para sacar maior rendemento ao seu diñeiro. Os traballadores e traballadoras só recorremos ao paso desas fronteiras para fuxir da miséria na nosa terra. Vai sendo tempo de que as tornas cámbien, e que nós usemos as posibilidades que nos oferece a semellanza lingüística, cultural, territorial e histórica entre a Galiza e Portugal para proveito dos traballadores e traballadoras.

Non vai ser un camiño doado. Levamos moitos séculos de desconfianza e ignoráncia mútua, cando non de guerra directa, provocados polos intereses das clases altas. Só recentemente asistimos a un grande cámbio nas mentalidades, e cada vez que un galego ou un portugués cruzan agora aquela vella fronteira inzada de fortalezas, fortíns, gardas civís e gardiñas achegamo-nos un pouco máis a unha realidade que @s anarcosindicalistas levamos un século proclamando: os traballadores e traballadoras somos iguais en todas partes, somos seres humanos explotados, controlados, dominados e, sobre todo, divididos e manipulados por outros seres humanos dentro dun sistema social, político e económico que aproveita a nosa división para dominarnos máis eficazmente.

Comezamos este longo derrubamento do invisíbel muro no que fomos encerrados cun pasiño modesto: unha publicación conxunta na que todos e todas aprenderemos das nosas semellanzas e diferenzas e, sobre todo, de como podemos loitar xuntos por un mundo mellor.

CNT- A Coruña

Página da CNT-Galiza: http://www.cntgaliza.org/
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