Todos sabemos que a greve geral marcada para o dia 24 de Novembro não resultará numa paragem total da economia capitalista, ou seja, numa verdadeira greve geral. Mas também sabemos que isso não se deve à discordância da maioria dos trabalhadores com a necessidade de protestar ante as injustiças e a exploração de que são alvos ou com a greve como forma de luta.
Que trabalhador, a quem ainda reste um pouco de dignidade, não acredita que é necessário protestar contra a situação de precariedade e miséria a que se encontra submetida a maioria dos trabalhadores neste país, causando algum dano àqueles que são os seus principais responsáveis e beneficiários – a classe política e patronal?
Que trabalhador, a quem ainda reste um pouco de dignidade, não sente uma raiva a crescer-lhe nos dentes quando ouve os mesmos facínoras de sempre, com a barriga cheia de luxos e privilégios, a pedirem-lhe nova dose de sacríficios?
Mas então, porque não há uma greve geral?
A resposta está no medo e no isolamento que nos foram impostos, uma barreira invisível que nos impede de fazer frente aos nossos verdadeiros inimigos.
O medo de sermos despedidos, o medo de perdermos os poucos euros que nos dão ao fim do mês impedem-nos de resistir, quando não nos levam mesmo a ver um inimigo, não naquele que nos explora, mas no colega que é explorado como nós. Sem termos nenhuma defesa face ao patrão, somos obrigados a satisfazer todas as suas vontades, a aceitar todos os sacrifícios e humilhações. Protestar afigura-se como um acto romântico de jovens irresponsáveis e a greve parece uma relíquia daqueles tempos longínquos em que os trabalhadores pensavam que podiam fazer revoluções.
O isolamento só reforça ainda mais o medo e impede-nos de procurar a nossa força na união com os nossos iguais, os demais explorados e humilhados. O isolamento só se pode vencer se soubermos substituir a moral burguesa do cada um por si por uma ética do apoio-mútuo, praticando a solidariedade entre trabalhadores. E só rompendo o isolamento de que somos vítimas poderemos vencer o medo. Quem temerá ser despedido se souber que uma multidão o vingará e que nenhum outro trabalhador ousará ocupar o seu lugar?
Isto só será possível se soubermos recuperar a ideia-base que inspirou a formação dos primeiros sindicatos: “a emancipação dos trabalhadores só pode ser obra dos próprios trabalhadores”. Saibamos então unir-nos, sem líderes nem representantes, discutindo os nossos problemas em assembleias de iguais, recorrendo sempre à acção directa, isto é, à acção sem intermediários (políticos ou burocratas sindicais), para agir pela resolução desses mesmos problemas, tendo sempre presente que os interesses dos que exploram e dos que são explorados jamis serão conciliáveis e que a nossa emancipação só será possível com a destruição do capitalismo e do Estado.
Saibamos vencer o medo e o isolamento de que os nossos patrões se alimentam e poderemos ousar protestar. E partindo de uma greve que os poderosos querem ordeira e inofensiva poderemos chegar a pôr em causa um sistema que nos transforma em escravos.
Que trabalhador, a quem ainda reste um pouco de dignidade, não acredita que é necessário protestar contra a situação de precariedade e miséria a que se encontra submetida a maioria dos trabalhadores neste país, causando algum dano àqueles que são os seus principais responsáveis e beneficiários – a classe política e patronal?
Que trabalhador, a quem ainda reste um pouco de dignidade, não sente uma raiva a crescer-lhe nos dentes quando ouve os mesmos facínoras de sempre, com a barriga cheia de luxos e privilégios, a pedirem-lhe nova dose de sacríficios?
Mas então, porque não há uma greve geral?
A resposta está no medo e no isolamento que nos foram impostos, uma barreira invisível que nos impede de fazer frente aos nossos verdadeiros inimigos.
O medo de sermos despedidos, o medo de perdermos os poucos euros que nos dão ao fim do mês impedem-nos de resistir, quando não nos levam mesmo a ver um inimigo, não naquele que nos explora, mas no colega que é explorado como nós. Sem termos nenhuma defesa face ao patrão, somos obrigados a satisfazer todas as suas vontades, a aceitar todos os sacrifícios e humilhações. Protestar afigura-se como um acto romântico de jovens irresponsáveis e a greve parece uma relíquia daqueles tempos longínquos em que os trabalhadores pensavam que podiam fazer revoluções.
O isolamento só reforça ainda mais o medo e impede-nos de procurar a nossa força na união com os nossos iguais, os demais explorados e humilhados. O isolamento só se pode vencer se soubermos substituir a moral burguesa do cada um por si por uma ética do apoio-mútuo, praticando a solidariedade entre trabalhadores. E só rompendo o isolamento de que somos vítimas poderemos vencer o medo. Quem temerá ser despedido se souber que uma multidão o vingará e que nenhum outro trabalhador ousará ocupar o seu lugar?
Isto só será possível se soubermos recuperar a ideia-base que inspirou a formação dos primeiros sindicatos: “a emancipação dos trabalhadores só pode ser obra dos próprios trabalhadores”. Saibamos então unir-nos, sem líderes nem representantes, discutindo os nossos problemas em assembleias de iguais, recorrendo sempre à acção directa, isto é, à acção sem intermediários (políticos ou burocratas sindicais), para agir pela resolução desses mesmos problemas, tendo sempre presente que os interesses dos que exploram e dos que são explorados jamis serão conciliáveis e que a nossa emancipação só será possível com a destruição do capitalismo e do Estado.
Saibamos vencer o medo e o isolamento de que os nossos patrões se alimentam e poderemos ousar protestar. E partindo de uma greve que os poderosos querem ordeira e inofensiva poderemos chegar a pôr em causa um sistema que nos transforma em escravos.
Contra a exploração capitalista! Pela igualdade social!
Unidos e auto-organizados nós damos-lhes a crise!
Associação Internacional d@s Trabalhador@s - Secção Portuguesa
- Núcleo de Lisboa